Promotores gregos adiaram o anúncio de suas conclusões sobre o acidente que teria sido encenado pelos dois principais velocistas da Grécia no escândalo de doping que abalou a Olimpíada de Atenas, informou nesta quarta, dia 20, uma fonte próxima da promotoria.

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O promotor-chefe Dimitris Papangelopoulos deve decidir se leva adiante as acusações contra a dupla e o técnico ainda nesta semana, mas não nesta quarta, como era esperado.

– Ele ainda está estudando o relatório da investigação e deve fazer um anúncio amanhã (quinta) ou depois nesta semana – disse a fonte.

Na terça surgiu a notícia de que o editor de esportes Filippos Sirigos foi atacado e esfaqueado. Ele é uma das principais testemunhas na investigação sobre o campeão olímpico Costas Kenteris e Katerina Thanou.

A polícia também disse que botijões de gás e uma garrafa com gasolina foram enviados para o dono do jornal onde Sirigos trabalha, o Eleftherotypia, no que a mídia chamou de pior caso de intimidação contra jornalistas gregos em anos.

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O primeiro-ministro Costas Karamanlis condenou o ataque, lembrando as advertências de dirigentes gregos durante a Olimpíada de Atenas, em agosto, de que o escândalo poderia manchar a imagem da Grécia no mundo.

Kenteris, que surpreendeu ao vencer a prova dos 200m na Olimpíada de Sydney em 2000, e Thanou, medalhista de prata nos 100m em Sydney, eram heróis nacionais, mas caíram em desgraça.

Eles disseram que sofreram um acidente de moto horas depois de terem deixado de comparecer ao exame, em 12 de agosto. Eles ficaram no hospital durante quatro dias.

Reportagens da mídia sugeriram que Kenteris e Thanou encenaram o acidente e que havia muitas diferenças entre os diagnósticos iniciais de médicos e o relatório de um exame feito depois nos atletas no hospital.

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Eles abandonaram os Jogos, mas negaram o uso de drogas. Eles pediram perdão e apoio do povo grego.

O caso é considerado o maior escândalo de drogas desde a desclassificação do campeão dos 100m, Ben Johnson, em Seul, em 1988.

Um exame feito por um especialista de fora do hospital disse que Kenteris tinha muito menos ferimentos do que afirma o relatório do local e que Thanou não tinha ferimentos visíveis.

Médicos e testemunhas também estão sendo investigados. O técnico da dupla, Christos Tzekos, está sob investigação por posse de drogas ilegais. Os atletas disseram que saíram da casa dele e sofreram o acidente em uma pista escorregadia no caminho.

Se o caso seguir adiante e os corredores forem considerados culpados, eles terão sentenças leves, pois a punição para o tema é de alguns meses de cadeia. Um juiz também pode trocar a pena por multa.

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As informações são da agência Reuters.