No Dia Mundial do Meio Ambiente é preciso lembrar que é dever de todos preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações. Enquanto o discurso do desenvolvimento sustentável se alastra sem consistência e aplicação, cheias, inundações, incêndios, erosões e estiagens também se espalham, mas de forma contundente e danosa. A ocupação irresponsável das áreas de preservação patrocinada por empresários inescrupulosos e respaldada por órgãos que deveriam proteger e impedir as atividades irregulares e ilegais tornaram inócua a proteção legislativa.

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Diante da volúpia desenfreada das edificações irregulares surgem os riscos à integridade física dos moradores e prejuízos à mobilidade urbana, diminuindo a qualidade de vida. O descuido na utilização dos recursos naturais, o uso indiscriminado de agrotóxicos, a exploração desenfreada dos lençóis freáticos e a poluição dos cursos d’ água tornarão este mundo inviável. Não podemos nos transformar em reféns de nossos atos. Não queremos que nossos descendentes se transformem num novo Tântalo: segundo a mitologia grega, um antigo rei da Líbia, condenado à fome e à sede eternas, posto a viver no meio de um rio, cuja água cristalina lhe fugia dos lábios, debaixo de árvores carregadas de frutos que lhe escapavam das mãos.

Até o mais cético quanto ao destino do planeta deve render-se à necessidade de preservá-lo. Devemos entender que é imperioso conciliar o crescimento econômico com a proteção dos recursos naturais. Que é impreterível aperfeiçoar a educação ambiental nas escolas. Que o sistema capitalista deve rever conceitos consumistas. Que as leis ambientais não podem ser flexibilizadas, quando da sua elaboração, e devem cumpridas na íntegra, quando em vigor, interpretando-as sempre pro natura.