” No mês em que a Lei Maria da Penha completa sete anos anos de vigência, penso que devemos refletir acerca do seguinte tema: a imprudência daquela que denuncia eventuais abusos e depois assume uma postura de “defesa” do agressor.
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A rede de proteção criada, que envolve a presença de inúmeros profissionais, tem a finalidade de identificar a violência sofrida pela mulher, minimizar as consequências decorrentes da agressão e principalmente protegê-la, garantindo-lhe a dignidade humana. Reiteradamente tenho vivenciado uma situação que perdura desde a época da edição da lei e que considero no mínimo lamentável.
Muitas das vítimas que procuram o poder público e acionam a já mencionada rede de proteção, ao serem ouvidas posteriormente durante os processos criminais – porque suas “denúncias” ensejaram o ajuizamento de ações penais, além de outras medidas protetivas de urgência -, de forma irresponsável e incompreensível, assumem, nas salas de audiência, uma postura de “defesa” do agressor.
Frases como: “não foi bem assim”, “eu não queria isso”, “eu assinei meu depoimento sem ler”, “eu caí da escada” ou “eu fui com a cara na direção da mão dele” são repetidas dia após dia.
Em se tratando de violência doméstica, afirmo que tais atos são equivocados e sempre exporão as vítimas a novos ataques. Isso porque muitas dessas mulheres voltam a acionar o poder público para posteriormente reaparecerem nas mesmas salas de audiência para tratar de novas situações contra os mesmos agressores.
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Muitas delas repetirão as citadas frases de efeito, contudo outras não terão a mesma sorte. porque poderão ser vítimas de crimes gravíssimos como, por exemplo, o crime de homicídio.“