O promotor da Justiça Criminal do Estado de São Paulo, Mário Luiz Sarrubbo, disse nesta sábado que o inquérito referente ao acidente do vôo da TAM JJ-3054, com um Airbus A320, que matou 199 pessoas em julho do ano passado, no Aeroporto de Congonhas, não está atrasado, mas sim “adiantado”. Ele negou que a companhia não esteja colaborando com as investigações.

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– Nós não estamos tendo dificuldades no acesso às informações – afirmou ele, dizendo que o principal empecilho tem vindo da lentidão no envio de documentos técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). – Os congressistas tiveram acesso a alguns dados de voz em poucos dias, enquanto nós demoramos meses para receber os documentos. O Cenipa alegou que alguns dados eram sigilosos. Mas bastava informar isso que nós manteríamos a condição de sigilo – declarou o promotor, que ressalvou que, mesmo com atraso, os documentos solicitados estão sendo enviados.

Sarrubbo participou hoje da sétima reunião de familiares das vítimas do vôo 3054, realizada no Hotel Quality Suítes Congonhas, em São Paulo. Ele não quis divulgar um prazo para a conclusão do inquérito nem adiantar se este terminará com uma denúncia.

– Celeridade não significa efetividade – declarou Sarrubbo, que tem 19 anos de carreira e participa da apuração do terceiro caso de acidente aéreo.

Em entrevistas anteriores, o promotor afirmou que seria possível apontar responsáveis, no âmbito criminal, pela tragédia. Sobre a constante preocupação de alguns familiares de que ele possa ser afastado do caso, Sarrubbo afirmou que não há esse risco.

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– A minha carreira está estagnada, pelos próximos 20 anos, devo ser o promotor do Jabaquara – afirmou ele, que é titular da Vara Criminal do fórum regional do bairro vizinho ao aeroporto.