A expressão tem um certo exagero. Mesmo porque sobraram, que eu saiba, poucos casarões. Dois da família Bayer, o belo palacete dos Gallotti e o casarão em ruínas do Cine Theatro, palco da história cultural tijucana, até meados do século passado e clamando por uma ação heroica e urgente em favor do seu restauro. Portanto, casarões são poucos. Mas tijucano é assim mesmo. Na retórica, exagera no verbo, quando se trata de sua terra, hoje conhecida como Tijucas dos casarões.

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Felizmente, novos ventos do preservacionismo e do compromisso com a memória arquitetônica chegaram a Tijucas. E o Casarão dos Gallotti passou por uma restauração terminada em 2009. Projeto arquitetônico preservado, a bela cor rosa colorindo as paredes externas e lá está o velho casarão de 1898.

Vale visitar Tijucas para contemplar o palacete, principalmente sua bela fachada que prima pela simetria e equilíbrio: uma escada frontal em V para se alcançar o andar térreo, oito degraus acima do nível da rua e as sete janelas envidraçadas, com a porta ao meio, todas em arco na parte superior. À noite, com as luzes refletindo sobre o róseo e branco das paredes, o casarão parece flutuar para transmitir uma agradável sensação de leveza.

Mas é evidente que vale muito mais visitar o Museu Tijucas, no andar térreo. Por paineis fotográficos, a mostra conduz a antigas salas e aposentos do casarão construído por Benjamin Gallotti para conhecer a história da comunidade e do povo tijuquense. Desde o final do século 19 até a nossa época.

A exposição destina um espaço especial para homenagear a ilustre família tijuquense. Uma mensagem enviada aos tempos de esplendor do palacete leva um convite mediúnico ao patriarca Benjamin Gallotti: “Entra, a casa é tua”. Sem dúvida, é dos Gallotti. Mas o casarão agora é também do povo tijucano e de todos que amam a história e a cultura.

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