As bombas com gasolina em promoção estão secando na Região Metropolitana de Florianópolis. Os preços mais baixos vistos nos últimos meses se encaixam na lei de oferta e procura. Mas que o motorista não se engane: em pouco tempo os valores ficarão todos na média de R$ 3,70.
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Isso porque que os catarinenses estão abastecendo menos, respaldando a queda nacional de 4% nas vendas neste primeiro semestre. Com isso, os postos duelam preços para vender mais, o que é um bom negócio para os consumidores.
Porém, se o momento exige promoções, também requer retorno. Segundo o Sindicato dos Postos de Combustíveis da região (Sindópolis), os preços que começam a subir agora podem dar a sensação de aumento real, mas se tratam da recomposição dos valores praticados no Estado antes das promoções. De acordo com o sindicato, o preço médio do litro de gasolina utilizado na base de cálculo em Santa Catarina para a cobrança do imposto é de R$ 3,69. Abaixo disso é competição entre os postos.
Ainda é possível encontrar combustíveis mais baratos. Na Avenida Mauro Ramos, no centro da Capital, ainda se encontra a gasolina a R$ 3,19. A reportagem da Hora encontrou um posto sem bandeira vendendo a R$ 3,14, o mais barato dali, mas só em dinheiro vivo. Um dos motoristas que aguardavam na longa fila para abastecer foi pego de surpresa com a notícia de que os preços ficarão num patamar mais alto.
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— Se eu tivesse mais dinheiro agora, iria encher o tanque, mas então vou fazer isso o quanto antes — se programa o técnico de refrigeração Alex Couto. Ele precisa de uma camionete grande para transportar ar condicionado e conta que gasta em média R$ 50 por dia.
Quem não tem tempo para abastecer no posto mais barato acaba pagando R$ 3,69. Foi o preço encontrado num posto no bairro Saco dos Limões. O empresário Rudinei Carlito só colocou R$ 20, até achar outro posto mais em conta.
— Dois postos baratos onde eu abastecia no continente já subiram o preço para o mesmo valor que está esse aqui agora — conta.
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Portanto, não encare como surpresa se você for abastecer o carro no posto de combustível de costume nos próximos dias e perceber o aumento do valor. O gerente do estabelecimento frequentado por Rudinei não quis dar o nome, mas explicou que se cobrasse os valores baixos dos postos da Mauro Ramos, certamente quebraria.
20 postos fecharam
E isso está acontecendo. Em oito meses, 20 postos foram fechados e 222 trabalhadores demitidos na região, segundo o Sindicato dos Empregados em Postos de Venda de Combustível e Derivados de Petróleo da Grande Florianópolis (Sinfren). Reflexo da retração econômica.
— O trabalhador também está pagando a conta. Tivemos 11% de queda no número de funcionários nos postos e aumento de 30% nas rescisões — ressalta o presidente do Sinfren, Derli Muzzo. Atualmente, são 220 postos de combustíveis na Grande Florianópolis e cerca de 3,5 mil trabalhadores.
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