“ Compreender o ensino e a aprendizagem não é algo tão simples assim, uma vez que não pode ser entendido fora do contexto onde acontece esse processo. Independentemente disso, há uma polêmica: é possível haver ensino se não houver aprendizagem?
Continua depois da publicidade
Se nos basearmos em John Dewey, diríamos que não, pois, para ele, ensinar é como vender mercadorias. Ninguém vende, se ninguém compra. Em seu entendimento, existe a mesma equação entre ensinar e aprender em relação a vender e comprar.
No entanto, podemos dizer que o ensino expressa um propósito, uma intenção clara: promover a aprendizagem – e não um ganho certo. O objetivo da docência, do ensino em si, é conseguir que aconteça a aprendizagem, porém, não é uma certeza, afinal, parte importante da responsabilidade para que ela aconteça é do estudante. Embora haja uma particular relação entre ensino e aprendizagem, entre a atuação dos docentes e os seus efeitos nos estudantes, há possibilidades de fracassarem os esforços dos professores. Um professor até pode eventualmente substituir outro, mas jamais um estudante pode aprender pelo outro, desenvolver-se pelo outro.
A tarefa de ensinar, por mais perfeita que seja, não pode provocar por si só a aprendizagem dos alunos, pois aprender é algo que acontece no estudante. Se o ensinar está relacionado ao contexto, o aprender está condicionado a múltiplas variáveis do aluno e do seu contexto que os professores têm pouca capacidade para mudar.
Fica a ideia de que mesmo não sendo o único responsável pela aprendizagem, é fundamental que o professor crie condições para que os estudantes assumam um maior protagonismo no processo de aprendizagem. Afinal, eles precisam de tempo para ouvir (discursos e aulas teóricas), tempo para pensar (silêncio interior, internalização dos conhecimentos) e tempo para fazer (resolver problemas, estudos de casos etc.). Ainda que não possam garantir a aprendizagem, podem melhorar o ensino e o processo de aprendizagem. “
Continua depois da publicidade