Eles a conhecem desde pequena, acompanharam passo a passo, treino a treino, a evolução da tímida velejadora mirim para uma das maiores promessas da modalidade no Brasil. Bruno Fontes e Alex Veeren são mais do que companheiros de equipe, tratam como irmãos a talentosa caçulinha Tina Boabaid.
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Com apenas 19 anos, a manezinha já tem um currículo de dar inveja: vice-campeã sul-americana dos Jogos de Praia, campeã brasileira sub-21 na classe Laser Radial, campeã sul-americana de laser 4.7, sexto lugar no Mundial da Juventude ISAF e integrante da equipe olímpica brasileira de vela.
E, de hoje até a próxima quinta-feira, ela encara o maior desafio que já teve como atleta: pela primeira vez, participará de um Mundial de Vela adulto, em Santander, na Espanha. A ansiedade é grande, mas Tina estará bem amparada. Como sempre, terá ao lado seus “irmãos” mais velhos, Alex, de 23 anos, em sua quarta participação em mundiais, e o pentacampeão brasileiro Bruno, 34 anos, quarto colocado no ranking mundial.
O trio catarinense tem uma convivência diária nas águas de Jurerê. Como toda boa família, não faltam puxões de orelha, provocações, brincadeiras e, claro, respeito e admiração.
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– Eles pegam muito no meu pé – reclama Tina.
Mas ela logo se derrete em elogios:
– Os dois me ajudam tanto na parte da água, quanto fora. O Bruninho é o meu maior exemplo. Está com a gente na água, é um parâmetro que a gente tem sempre, um exemplo para todo mundo aqui- revela.
– Como sou um cara mais experiente sempre tento puxar a galera, ajudar todo mundo a crescer para evoluirmos juntos. A Tina é uma menina que a cada ano tem apresentado resultado melhores, tanto em campeonatos quanto no entendimento de que o esporte profissional exige uma dedicação constante – responde o veterano.
A competição
A partir desta sexta-feira, três catarinenses participam do Mundial de Vela de Santander, na Espanha (acompanhe por aqui). A competição segue o formato dos Jogos Olímpicos, com dez regatas distribuídas entre as fases classificatória e final, sendo que o pior resultado pode ser descartado. Apenas os dez mais bem colocados ao final dessas regatas seguem para a medal race, que vale o dobro de pontos. Veja quem são os representantes de Santa Catarina na disputa:
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A caminho do Rio
Tímida, a jovem velejadora é de poucas palavras, que compensa com o riso fácil. No entanto, troca o sorriso pela seriedade ao falar de seu futuro profissional. O maior sonho pode se realizar já em 2016: seguir os passos de Fontes e participar de uma Olimpíada.
– É o meu principal objetivo. Ainda falta um pouco de tudo, físico, tático, psicológico, a soma disso é que vai me colocar lá – avalia com maturidade.
Para os Jogos Olímpicos, o Brasil tem apenas uma vaga em cada classe de vela, portanto, Tina precisará liderar o ranking de Laser Radial para participar – atualmente, é terceira colocada.
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– Ela tem um caminho mais fácil do que o nosso, porque temos o Robert Scheidt na nossa classe. Já a grande adversária da Tina é a própria Tina, hoje o nível concorrentes brasileiras não é tão alto comparado ao talento que ela tem – resume Fontes.