O anúncio de uma obra de asfaltamento, que era para ser motivo de comemoração, gerou revolta em um grupo de moradores de Blumenau. Primeiro, eles ouviram da prefeitura que graças a um investimento de R$ 2,9 milhões do governo Estadual a Rua Arnoldo Beck, na Itoupava Central, receberia a melhoria após anos de espera. Depois, souberam que o trabalho seria executado em apenas um trecho da via.
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Agora, tentam entender por que a promessa virou sinônimo de frustração.
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Neide Froehlich mora em uma casa na Arnoldo Beck, na região da Margem Esquerda, há 40 anos. Ela conta que os pedidos de pavimentação são antigos. Nos anos 2000, quando participava da Associação de Moradores, o assunto já era pauta. O começo da rua até recebeu asfalto há mais de uma década, mas em apenas um pedaço. A luta continuou então para que o restante da via fosse contemplado.
Enquanto as conversas com vereadores e prefeitura não avançavam, os moradores conviveram com o pó. A via tem mais de 2 quilômetros de extensão e, além das residências, abriga galpões de empresas. Isso significa um vaivém diário de carros, caminhões e ônibus. Em dias secos, ver as janelas dos imóveis abertas é algo raro.
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— É poeira em dias secos, lama e buraco em dias de chuva. Neste ano começou a passar caminhão pipa na rua, mas no verão não dura nada — lamenta outro morador, Jean Tony.
Quando chegou o anúncio de que o asfalto viria através do plano 1.000 do Governo do Estado, os habitantes ficaram animados. Um vídeo do próprio prefeito Mário Hildebrandt (Podemos) na via confirmando a novidade foi comemorado pela comunidade. O convite feito pelo município para assinatura da ordem de serviço na presença do governador, que chegou às caixinhas dos correios e por mensagens nas redes sociais, deu ainda mais certeza de que a precariedade na infraestrutura estava com os dias contados.
Mas aí veio o balde de água fria.
Semanas depois da cerimônia na Vila Germânica com o governador, as placas indicando a obra foram instaladas no trecho final da rua, onde há menos moradores. Jean olhou o edital de licitação e confirmou que o “meio” da via continuará sem pavimentação e que o serviço ficará concentrado entre as ruas Henrique Seter e Reinhold Otto, que é a continuação da Rua Arnoldo Beck.
— Foi como dar pirulito para criança e tirar. É essa a sensação. Vai ficar um “buraco” no meio da rua sem asfalto. Por que não continuar de onde parou? — questiona Jean.
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O que diz a prefeitura
O Santa questionou por qual motivo os serviços vão “pular” um trecho da via para asfaltar apenas o final. O secretário municipal de Obras, Michael Maiochi, explicou que o objetivo era ligar a Rua Gustavo Zimmermann à Henrique Seter via Reinhold Otto e Arnoldo Beck. Ou seja, havia projeto para a pavimentação do final do trecho, mas não para a outra metade.
— Não tinha projeto para o outro lado. O que era melhor: não fazer nada ou pedir recurso para o projeto que estava pronto? — diz Maiochi.
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O secretário reconhece a necessidade de atender toda a via e diz que os trabalhos topográficos já começaram para deixar pronto o projeto do trecho que falta. Porém, não há previsão para que a ideia saia do papel, já que a prefeitura pretende buscar verbas estaduais ou de emendas parlamentares para fazer a obra e, por conta das eleições, o envio de recursos fica congelado pelos próximos meses.
— Vamos fazer o projeto e buscar o investimento assim que conseguir uma “janela de recursos”.
Sobre o vídeo gravado com o prefeito anunciando o asfalto no trecho que não será contemplado, a assessoria de comunicação da prefeitura confirmou que houve uma falha, já que Hildebrandt também achou que o lógico seria seguir a pavimentação de onde parou.
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Já em relação à assinatura das ordens de serviço na Vila Germânica com o governador, foi distribuído o convite em todas as ruas, tanto nas beneficiadas quanto nas do entorno. Por isso, todos os moradores receberam, esclareceu ainda a assessoria.
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