Mais de um ano depois da promessa de pavimentação dos 33 quilômetros do acesso entre Camboriú e Brusque (SC-486) e dos nove quilômetros entre Camboriú e Itapema (Morro do Encano), a rotina dos moradores permanece inalterada. Poeira, buracos e acidentes são desafios diários para os moradores que precisam utilizar as estradas todos os dias para se deslocar.
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O projeto da obra da SC-486 não foi apresentado desde que a ordem de serviço foi assinada em março de 2013. Conforme o Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), ele ainda está sendo executado e não há previsão de entrega.
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A demora, segundo o órgão, é em função dos estudos mais detalhados para definir o traçado da rodovia. O Deinfra estuda três possibilidades: a de utilizar o traçado original apenas fazendo o asfalto, e outros dois contornos que desviariam o tráfego de dentro de Camboriú. O departamento afirmou ainda que o recurso da obra está garantido pelo Estado.
O projeto do acesso entre Camboriú a Itapema também não foi finalizado e a estimativa da Secretaria do Estado de Infraestrutura é que até o fim do mês de julho ele seja entregue. No entanto, de acordo com o responsável pela pasta, João Carlos Ecker, os recursos para que a obra saia do papel vão depender de uma parceria entre Estado e município.
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– O governador sinalizou na segunda-feira, em Itapema, com a possibilidade de fazer uma parceria com o município por ser uma obra importante para o turismo local, mas ainda não se sabe como será essa parceria será feita – explica.
O secretário de Planejamento Urbano de Itapema, Wesley Carlos da Silva, afirma que o projeto do acesso deve seguir o trajeto da estrada, com pequenas modificações. O valor total da obra está estimado entre R$ 12 e 16 milhões.
– Nós acreditamos que as obras devem começar somente em fevereiro do próximo ano – explica.
Rally pelo interior
Andar pelos acessos de Camboriú para Brusque e Itapema é uma boa aventura para trilheiros ou quem gosta de um rally. Se chover por mais de dois dias então, os moradores alegam que as estradas ficam intransitáveis. Já quando o tempo é mais seco, a história se inverte e ninguém abre as janelas para evitar que a poeira intensa entre. A moradora da localidade do Braço, entre Camboriú e Brusque, Vanda Borovicz, diz que a casa fica sempre fechada:
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– Entra muito pó, a prefeitura molha uma vez ou outra, quando tem festa ou muito movimento. Precisaria ter asfalto aqui, mas faz mais de 20 anos que ouço falar disso e não sai.
Vanda também reclama de outro problema da estrada de chão que vai até Brusque: os acidentes. Em menos de cinco minutos de conversa ela relata três colisões e derrapagens que presenciou bem em frente de casa, uma delas com morte.
Na localidade de Rio Pequeno, entre Camboriú e Itapema, a situação se repete. Conforme a moradora Rita Maurina da Rosa, é preciso limpar a casa de manhã e de tarde, em função da poeira que os carros, motos e caminhões levantam ao passar no local.
– Faz mais de 30 anos que moro aqui, seria bom se asfaltassem, tem dias que o vento fecha toda a estrada de poeira – afirma.
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A doméstica Juliana Lopes dos Santos conta que além da poeira e dos buracos que se formam quando chove, a comunidade enfrenta o problema da falta de ônibus coletivo.
– Estamos a mais de meia hora esperando o ônibus, depois das 10h20 só tem às 13h15 e às 16h. É ruim, porque a maioria das pessoas depende de ônibus para trabalhar – argumenta.