As práticas de inovação desenvolvidas em duas regiões de Santa Catarina vão inspirar projetos da Comunitas, organização da sociedade civil coordenada por empresários que estimula ações em municípios para o desenvolvimento sustentável por meio de parcerias. A premissa da entidade é que as empresas brasileiras podem contribuir com a superação dos problemas sociais e econômicos do país através do aporte de conhecimento e ferramentas de gestão. Por meio do programa Juntos, o grupo busca a qualificação dos investimentos sociais corporativos e a atuação em parcerias com administrações municipais.
Continua depois da publicidade
Durante a manhã deste quinta-feira, representantes do grupo estiveram na prefeitura de Palhoça para conhecer as ações feitas na cidade e nos municípios da Foz do Vale do Rio Itajaí. A primeira apresentação foi feita por Marcelo Fett, presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Palhoça e ex-secretário municipal da mesma área. Ele explicou para os convidados como a prefeitura conseguiu aumentar em 40% a arrecadação do Imposto Sobre Serviços (ISS) em quatro anos depois da implementação do programa Inova Palhoça.
Sob o guarda-chuva do projeto foram criados outras ações como o fundo municipal de inovação e o programa Salto, usado para incentivar empresários locais com métodos de aprendizado das técnicas de abertura de empresa.
— Em 2013 percebemos que a cidade crescia, mas não se desenvolvia. O PIB crescia, mas o IDH não melhorava. Então a nossa sugestão foi mudar o eixo econômico da cidade, que antes era focado na construção civil. Passamos então a intensificar as ações em inovação — argumentou Fett.
A prefeitura então passou a implantar ações em duas frentes: incentivos para que novas empresas se instalassem na cidade e fortalecimento das firmas já abertas em Palhoça. O sucesso, relatou Fett, não está só no incentivo fiscal, mas também em outras formas de apoio como as contrapartidas exigidas dos empresários.
Continua depois da publicidade
Uma das empresas apresentadas como case de sucesso foi a gráfica de Gustavo Varela. Ele abriu a empresa em março de 2014 e conseguiu aumentar o faturamento em mais de 10 vezes depois de participar do programa Salto:
— Sempre trabalhei em gráficas e conhecia do trabalho. Mas a gestão a gente não aprende nesses casos. Então surgiu essa oportunidade. Aprendi que tudo é organização com pleno conhecimento. Focando, comecei a crescer.
Pelos dados da prefeitura, 75% das empresas participantes de todo o projeto Salto tiveram crescimento no faturamento. Segundo o prefeito Camilo Martins, o fundamental no Inova Palhoça foi a parceria com empresas. Em 2017, 500 novas empresas se instalaram somente no parque tecnológico montado na Pedra Branca. Além disso, desde 2013 o programa incentivou a abertura de 3 mil novas empresas.
InovAmfri apresenta projeto de desenvolvimento sustentável
Os representantes do Comunitas também conheceram o projeto de desenvolvimento sustentável da InovAmfri. Ele contempla os 11 municípios da Associação dos Municípios do Rio Itajaí (Amfri). A proposta busca através de soluções inovadoras, do planejamento e da capacitação, preparar a região para a nova economia tornando-a competitiva com o uso otimizado dos recursos naturais.
Continua depois da publicidade
— Temos as 11 cidades num projeto só. Ele está um passo à frente do básico — disse Borhausen.
Comunitas levará projetos para plataforma digital
A intenção da Comunitas, após as apresentações, é levar as práticas de Palhoça e dos municípios do litoral para a plataforma digital da organização. Os projetos vão ficar à disposição de outros municípios interessados em se basear neles para futuros programas.
—Queremos disseminar essas práticas através de exemplos de como o cidadão pode participar e ajudar a melhoria da gestão. Precisamos de propostas com visão de Estado e não de governo. Aqui em Palhoça percebemos que foi feito o diagnóstico do problema, o planejamento e a co-criação — destacou Regina Esteves.
Integrante do Comunitas, o vice-presidente do Grupo Globo e presidente da Função Roberto Marinho, José Roberto Martinho, diz que o grupo viaja pelo Brasil à procura de novas experiências:
— Agora vamos incluir esses trabalhos nos nossos seminários temáticos. São ações como essa que vão mudar o Brasil.
Continua depois da publicidade