Procurada por milhares de turistas a cada temporada de verão, Balneário Camboriú pode ter em breve uma alternativa diferente de lazer e esporte. Um projeto de lei do vereador Moacir Schmidt (PSDB) determina que, no último domingo de cada mês, um trecho da Avenida Atlântica seja fechado parcial ou totalmente para o trânsito de veículos.

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A ideia, que recebeu o nome de Programa Avenida do Lazer, busca garantir um espaço para entretenimento e atividades esportivas aos moradores e visitantes da cidade. A proposta ainda precisa passar pelas comissões da Câmara antes de ir a votação, mas tanto nas ruas quanto nas entidades ligadas à mobilidade e ao turismo a sugestão é bem aceita.

Com exceção de pequenos ajustes no conteúdo do projeto, há consenso de que a iniciativa trará benefícios a Balneário. Aristóteles Paiano mora no Pontal Norte e quase todos os dias vai a pé ou de bicicleta até a região central da cidade.

Acostumado com o fluxo intenso de carros e motos nas ruas da cidade, ele acredita que reservar alguns momentos sem tráfego na beira-mar seria interessante para todos. Dessa forma os pedestres poderiam se divertir com mais tranquilidade e quem passa de carro pela região também teria contato com outro tipo de lazer, ao ar livre.

– Durante a semana sempre tem muitos carros por aqui, seria bom ter um dia mais calmo, para as pessoas caminharem pela rua sem preocupação – comenta.

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Também moradora de Balneário Camboriú, Jéssica Bittencourt avalia a proposta como positiva, mas considera inviável interromper toda a Avenida Atlântica. Para ela o ideal seria bloquear o trânsito apenas em uma pista, mais próximo da Barra Sul.

– Só não pode ser um trecho muito grande, porque perto do Centro o movimento já é intenso. Ia complicar demais – pondera.

Proposta

O projeto que institui a Avenida do Lazer disponibiliza um espaço público de acesso comum a todos, em um trecho fechado da Atlântica. Neste local, reservado para o programa das 8h às 18h do último domingo de cada mês, seria permitido o uso de acessórios e equipamentos para a prática de atividades lúdicas e esportivas, independente da faixa etária ou classe social.

O tamanho e a forma da interrupção do trânsito, bem como a manutenção e segurança do espaço, ficam a critério da prefeitura. O Executivo poderia ainda ampliar a iniciativa para outros bairros da cidade.

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– O objetivo é ter um lugar seguro para todos, de crianças a idosos, conversarem e se divertirem sem o perigo do trânsito. E não queremos inviabilizar a mobilidade na Atlântica, por isso a proposta diz que pode ser um fechamento parcial – explica o vereador Moacir.

O texto deve passar pelas comissões da Casa nas próximas semanas, seguindo depois para a votação em plenário. Se aprovada, a lei terá que ser sancionada pelo prefeito Edson Piriquito (PMDB).

Turismo pede pequenas adequações

Mesmo a avenida tendo dezenas de bares, restaurantes, casas noturnas e hotéis ao longo de seus quase sete quilômetros, as entidades ligadas ao turismo na região não veem o projeto do vereador como prejudicial ao setor.

Presidente do Balneário Camboriú Convention & Visitors Bureau, Margot Rosembrock, analisa que o conteúdo da proposta, indicando o fechamento da Atlântica em apenas um domingo por mês, é atrativo turisticamente. A única ressalva é ao horário – das 8h às 18h -, que ela argumenta ser muito extenso.

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– Para domingo de manhã a ideia é boa, é uma coisa que chama os visitantes e os moradores. Se for bem estudado e o espaço for bem aproveitado a alternativa é válida – afirma.

A opinião é semelhante a do Sindicato dos Empregados em Hotéis, Serviços de Hospedagem, Bares, Restaurantes e de Fast Foods de Balneário Camboriú e Região (Sechobar). Para a presidente Olga Ferreira, que também comanda o Conselho Municipal de Turismo de Balneário, é preciso reavaliar a duração do fechamento:

– A cidade tem a característica das baladas, então chega depois do almoço de domingo as pessoas passam de carro pela Atlântica, onde existem muitos barzinhos e restaurantes.

Olga garante ainda que o Conselho acompanhou a elaboração do projeto, e que já foi conversado informalmente para começar o programa interrompendo um pequeno trecho da avenida, entre as ruas 3.700 e 2.500, por exemplo.

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Prefeitura estuda oferecer atividades

A iniciativa de criar espaços públicos de lazer em ruas e avenidas já existe em outras cidades como Joinville, Curitiba (PR), Santos (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Na maior parte destes municípios a programação é organizada pelo poder público, e em Balneário Camboriú a mesma linha de ação deve ser seguida.

Segundo o superintendente da Fundação de Esportes, Sandro Bernardoni, se o projeto for implantando devem ser oferecidas atividades gratuitas para terceira idade e crianças, cama elástica, passeio ciclístico e skate, entre outras:

– Para desenvolver o programa a sugestão é de que o trânsito seja interrompido da Alvim Bauer até a Rua 1.001, que é um trecho pequeno e permite avaliar o sucesso do projeto.

Presidente da Associação de Ciclismo de Balneário Camboriú e Camboriú (ACBC), Henrique Wendhausen defende que o projeto ocorra em todos os domingos pela manhã, e não apenas uma vez por mês.

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