Um Projeto de Lei Complementar (PLC) envolvendo a presença de moradias, comércio e setor industrial em uma área na Zona Sul de Joinville está dividindo opiniões entre vereadores, prefeito e entidades empresariais da cidade.

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O PLC 11/2022, proposto pelo vereador Maurício Peixer (PL) — que irá se ausentar da Câmara para assumir uma cadeira como deputado estadual —, quer alterar o mapa de uso e ocupação do solo no parque industrial do bairro Paranaguamirim. A ideia, conforme o projeto, é transformar a região em setor de adensamento controlado, ou seja, permitir também casas e comércios no local.

Peixer afirma que o parque industrial precisa ser dividido porque não é destinado apenas para pequenas e médias empresas. Com isso, parte dele deve ser destinado para outras construções. 

— Ter moradias para o trabalhador morar perto de onde trabalha. Economiza transporte e ganha tempo com a família e lazer — analisa. 

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Para ele, a presença de novos empreendimentos não atrapalharia o parque industrial, além de melhorar a locomoção de pessoas e veículos. 

Após ser aprovado em dois turnos na Câmara de Vereadores de Joinville (CVJ), em 2022, o projeto foi vetado pelo prefeito Adriano Silva (Novo). A Casa, porém, pode vetar a decisão do chefe do Executivo. Peixer discorda da decisão de Adriano.

— As razões que eles expõem é justamente o contrário do que deve acontecer. Já tem conjunto residencial ao lado e as quadras são bem separadas. Vai atrair mais empresas — opina. 

O novo presidente da CVJ, Diego Machado (PSDB), diz que está analisando o veto do prefeito. Mas, em audiência na Casa, ele relembra que essa era uma solicitação dos moradores da região e tende a apoiar a ideia. 

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— Grande parte da área seria mantida como industrial, uma parte abriria possibilidade de serviços e residências, que era o clamor dos moradores presentes — comenta. 

Entidades empresariais pedem para manter veto

O Conselho das Entidades Empresariais de Joinville, formado por ACIJ, Acomac, Ajorpeme e CDL, enviou uma carta ao vereador Diego Machado pedindo para que a Câmara mantenha o veto do prefeito Adriano Silva. 

No texto, as entidades afirmam que o projeto “representa um risco às áreas industriais localizadas no bairro Paranaguamirim e, por consequência, ao grande potencial de desenvolvimento econômico na zona Sul da nossa cidade”. 

A manifestação ainda cita que o Conselho da Cidade também se posiciona contra a aprovação do projeto. 

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À reportagem do AN, Jonas Tilp, presidente da Ajorpeme, disse que o parque empresarial tem uma admissibilidade mais ampla sem a presença de casas, impactando em horários e outras atividades das empresas. 

— Se você tem moradores intercalados na área do parque empresarial, as atividades começam a ser restritas em função do horário, onde não é permitido ter o terceiro turno, pois pode atrapalhar o sono de vizinhos — finaliza.

A Câmara deve voltar a discutir a proposta em 2 de fevereiro, quando os vereadores voltam aos trabalhos após o recesso de fim de ano.

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