Um projeto de lei que tramita na Assembleia Legislativa propõe revogar a cassação de sete deputados estaduais e de um vice-governador, ocorrida durante o regime militar. Trata-se de um ato simbólico de desculpa aos parlamentares – quase todos já falecidos – e a seus familiares. Se a matéria for aprovada, serão entregues aos políticos ou a seus descendentes uma placa em que a Casa se desculpa pelos “atos arbitrários de terrorismo de Estado”. Continua depois da publicidade Os nomes citados no texto são: Addo Vânio de Aquino Faraco, Evilásio Neri Caon, Fernando Brüggemann Viegas de Amorim, Genir Destri, Manoel Dias, Paulo Stuart Wright, Waldemar Salles e o vice-governador Francisco Dall?Igna. A maioria deles era filiada ao PTB ou PSD. Em 1967, três anos depois do golpe, Dall?igna, que era vice do governador Ivo Silveira, foi cassado e para seu lugar a Assembleia elegeu Jorge Bornhausen, na época com 30 anos de idade. O deputado, Amauri Soares (PSOL), autor do projeto, justifica como oportuna a proposta uma vez que se aproxima o cinquentenário do golpe de Estado. Questionado sobre a inclusão de Manoel Dias (presidente estadual do PDT, partido do qual Soares foi expulso), o parlamentar disse que a matéria tem um caráter “suprapartidário” e não leva em consideração filiações políticas. – Se surgirem outros nomes que não foram inclusos, iremos pedir desculpas pelo lapso – disse Soares. Continua depois da publicidade Para a coordenadora do Coletivo Memória e Verdade Catarinense, Derlei de Luca, a proposta apresenta às gerações mais jovens um período turbulento da política brasileira, quando vários parlamentares foram cassados, alguns presos e torturados em todo o país. – Isso é importante para o conceito de nação brasileira e para a construção da memória coletiva de um povo. O projeto de lei foi encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia, onde aguarda análise. Continua depois da publicidade
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