Previsto para sair do papel nos próximos dias, o Projeto das Bicicletas Públicas ganha forma em Joinville e é visto pela Prefeitura como alternativa para para melhorar a mobilidade urbana da cidade. Elaborado pela Fundação Ippuj, o plano prevê a criação de 60 estações de integração, também chamadas de pontos de compartilhamento de bicicletas.
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Na etapa inicial, as estações serão instaladas em praças, parques, prédios públicos, shoppings, universidades e locais de grande circulação de pessoas. O objetivo é beneficiar 14 bairros com a disponibilização de 300 bicicletas nas estações, que ficarão mais concentradas na área central e num raio de 4 km a partir da estação ferroviária e da Univille, no sentido Sul-Norte, e do Parque Zoobotânico e da Cidadela Cultural Antarctica, no sentido Leste-Oeste.
– A ideia é que qualquer pessoa possa cobrir a distância entre duas estações em até uma hora. Por isso, a distância obedece a um limite – diz o presidente do Ippuj, Vladimir Constante.
Conforme Constante, a medida faz parte dos tópicos apresentados no Plano de Mobilidade Urbana (PlanMob), o qual prevê a construção dos pontos de compartilhamento de bicicletas ainda neste ano. Estão previstos também bicicletários livres em prédios públicos até 2020, e 730 km de ciclovias até 2025.
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Um contrato de R$ 105 milhões foi assinado pelo prefeito Udo Döhler com a Caixa Econômica Federal em fevereiro e os recursos serão investidos em projetos de otimização do sistema viário urbano por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2 da Mobilidade, do governo federal.
De acordo com Ippuj, hoje cerca de 12% dos deslocamentos feitos em Joinville são por bicicletas. Com as prerrogativas do PlanMob, a intenção é que este número chegue aos 20% até 2016.
– O projeto vem nesse sentido, de não apenas incentivar, mas também de qualificar o transporte público. O sistema é moderno e a previsão é de que, com cerca de R$ 10 mensais, as pessoas tenham livre acesso aos bicicletários – reforça Constante.
Para o prefeito Udo Döhler, que apresentou o projeto das bicicletas no início de sua gestão, trata-se de uma solução de mobilidade urbana sustentável e que promove o uso das bicicletas como um meio complementar ao transporte urbano. Udo entende que é fundamental os bicicletários estarem situados em locais de fácil acesso, como os terminais de ônibus, os órgãos públicos, os museus, os parques e as escolas públicas, entre outras.
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– O projeto pode ser aprovado rapidamente porque não precisamos de uma lei municipal para colocá-lo em prática. Assim que estiver pronto e passar pelo crivo da Procuradoria, vamos encaminhá-lo para licitação. São soluções necessárias e que demandam bastante trabalho da Prefeitura – pondera o prefeito.
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Ciclistas aprovam ideia, mas cobram melhorias
Com quase 150 km de ciclovias e ciclofaixas, Joinville é uma das cidades de maior malha cicloviária do País. Curitiba, que tem 181 km de estrutura cicloviária, ocupa o quarto lugar entre as capitais. Brasília (440 km), Rio de Janeiro (374 km) e São Paulo (265 km) estão à frente, segundo a União dos Ciclistas do Brasil.
O projeto das bicicletas tem a missão de ampliar o número das vias cicláveis de Joinville. Segundo o presidente do Ippuj, Vladimir Constante, melhorias estão sendo feitas para incentivar o uso das bicicletas até os terminais urbanos, com a duplicação de vagas para as bikes e mais segurança nos terminais. O objetivo é promover a integração intermodal bicicleta-ônibus.
Os ciclistas, contudo, se dividem quanto à eficácia do projeto. Isso porque já existe um histórico de projetos que, embora tivessem boa projeção no papel, não caíram no gosto da população.
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– Quando a Prefeitura coloca bicicletas à disposição da população, isso é ótimo. Mostra boa vontade, no mínimo. Só não sei como vamos conseguir aproveitar todo o potencial do projeto com um modelo de mobilidade pensado para os carros – destaca Constante.
Valmir Odebrecht, que há 20 anos usa a bicicleta para ir de casa até o trabalho.
Especialista em mobilidade e engenharia de transportes, Augusto Vernilli alerta que muitos motoristas têm dificuldades em aceitar a presença das bicicletas no trânsito. Por isso, as ciclovias são tão importantes, representando um espaço destinado exclusivamente aos ciclistas.
