Entre as possibilidades da arte híbrida, a performance é, possivelmente, a que apresenta menos fronteiras entre seus elementos, desafiando as classificações para fazer do artista o principal objeto artístico. Música, artes visuais, artes cênicas, design e cinema fundem-se para a criação desta linguagem, escolhida para ser o tema principal da edição de 2015 do Projeto Pretexto de Joinville, promovido pelo Sesc, que tem seu evento de abertura na noite desta terça-feira.

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Um coletivo e mais 14 artistas desenvolveram performances a partir da assessoria do artista visual Carlos Alberto Franzoi. Após definir o conceito desta edição e convidar os artistas, Franzoi liderou um curso de 36 horas de formação sobre o tema.

– Convidamos pessoas que já tinham experiência em performance, entre artistas visuais e artistas emergentes. No fim do curso, as performances individuais foram discutidas em grupo, pensando em ligações entre elas, ainda que respeitando os limites – conta Franzoi.

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Artistas que trabalham com diferentes linguagens foram chamados para pensar, mais do que a criação performática, o registro desta arte. Com um caráter de ritual temporário e pautado pela criação a partir do contexto, no qual é passível de ser transformada pelo ambiente em que ocorre, a performance não se repete, daí a ideia de trabalhar com o registro neste projeto.

– Ela acontece ao vivo e é para ser efêmera, a continuar a acontecer apenas na memória de quem a assistiu. Quando é feito o registro, é outra forma de permanência. Por isso, haverá a menor intervenção possível de quem está captando estas imagens – afirma o curador.

Além da documentação em vídeo, feita por Marcos Serafim, e em fotos, feita por Jessica Michels, o registro se dará pelos resquícios e rastros deixados pelos artistas em suas apresentações. A ação ocorre não só na galeria do Sesc de Joinville, mas também no espaço urbano.

Performance recente do ‘Coletivo ?’, em São Paulo. Foto: Divulgação

A partir do meio-dia, Sergio Adriano H. começa um percurso da rua do Príncipe carregando um carrinho com três malas cheias de obras que, no caminho, serão pregadas nos lugares abandonados do Centro da cidade. No mesmo horário, Anderson Rosa inicia sua ação na Cidadela Antarctica envolvendo os transeuntes pelas ruas; e às 17 horas, o Coletivo “?” começa uma série de ações que durarão todo o período de exposição.

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Ale Mello, Anderson Rosa, Cíntia Soares, Giovanna Fiamoncini, Jan M. O., Josiane Michels, Linda Poll, Márcia Camargo, N. Jeans, Priscila dos Anjos e Ricardo Ledoux completam o grupo de convidados do Pretexto. A partir de 13 de outubro, haverá mediações todos os dias na galeria do Sesc, e um cronograma de apresentação das performances será montado após a abertura.

Além disso, há artistas que definiram outros momentos para suas performances, como Ale Mello, que só mostrará ao mundo sua criação no último dia do Pretexto Performance, em 19 de dezembro.

Agende-se:

O QUÊ: abertura do Pretexto Performance 2015,

QUANDO: terça-feira, 6 de outubro, às 19h30. Visitação de 7 de outubro a 19 de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 8 às 20 horas, e aos sábados, das 9 às 13 horas.

ONDE: galeria do Sesc e espaços urbanos de Joinville (em locais a serem divulgados).

QUANTO: gratuito.