O projeto Tecnologias Sociais para a Gestão de Água, apresentado em seminário nesta segunda-feira na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mostra que é possível reduzir a poluição dos rios por dejetos suínos, diminuir a captação para irrigar lavouras de arroz e armazenar água de chuva em Santa Catarina.
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O resultado do estudo que iniciou em 2007, com tecnologias diferentes, é fruto de uma parceria entre a UFSC, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O projeto contemplou, conforme a necessidade de cada local, municípios da região da Bacia do Araranguá e as cidades de Concórdia, Urubici, Orleans e Braço do Norte. Nesta última, a experiência feita foi em uma propriedade agrícola de criação de suínos.
Redução de 99% de coliformes fecais
A suinocultura está entre as atividades econômicas catarinenses que mais poluem e apenas 15% dos dejetos recebem tratamento adequado. O resultado também superou as expectativas: o tratamento da água que sai da limpeza do chiqueiro, chamada efluente, reduziu em 99% os coliformes fecais dessa substância, que iria direto para a natureza, não fosse o tratamento.
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Em Concórdia, na região Oeste, foram realizadas ações preventivas a estiagens, incentivando o aproveitamento da água da chuva com cisternas. Em Orleans, Sul do Estado, na Comunidade do Barracão, o saneamento básico rural foi tratado nas escolas, com professores orientando alunos na montagem de um piloto de tratamento de esgoto.
Água purificada
Entre as tecnologias sociais direcionadas à comunidade estão o potabilizador solar, usado para purificar a água. Quando a luz incide no equipamento, faz com que a água evapore e condense, separando o líquido das impurezas.
Em todas as regiões, há atividades educativas dentro e fora de sala de aula para uso sustentável da água. A ideia é que as tecnologias sociais possam se expandir com tais atividades.
No caso do tratamento de dejetos suínos, que o equipamento necessário é mais sofisticado, há intenção dos pesquisadores de que haja uma linha de financiamento do governo para aquisição da aparelhagem.
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