Os vereadores de Lages avançaram com um projeto na noite desta quarta-feira (14) para suspender o subsídio pago ao prefeito e vice-prefeito do município durante período de afastamento do cargo por decisão judicial. Se aprovada, a medida atingiria diretamente o prefeito afastado Antônio Ceron (PSD), que cumpre hoje prisão domiciliar por determinação da Justiça enquanto recebe salário bruto mensal de R$ 26.751,01.

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A mobilização dos parlamentares opositores de Ceron partiu de uma emenda à Lei Orgânica de Lages, a legislação que rege o município. Ela foi aprovada em primeiro turno na Câmara Municipal, por unanimidade, e tramita em regime de urgência.

Falta ainda que a emenda seja aprovada em segundo turno, previsto para o próximo dia 27 de março, e ganhe sanção do presidente da Câmara, o vereador Aldori Antonio Freitas (MDB).

A matéria foi proposta pelos vereadores Elaine Moraes (Cidadania), Suzana Duarte (Cidadania), Jair Junior (Podemos), Leandro do Amendoim (PL), Nei Casa Nossa (Republicanos), Bruno Hartmann (Podemos), Roberto Roque (União Brasil). A primeira deles falou em “moralizar” o município com a medida, ao defendê-la na Câmara.

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Já o líder do governo, o vereador Agnelo Miranda (PSD), criticou, em discurso na tribuna do Legislativo, que a emenda seria “casuística” e que ainda não há sentença condenatória contra Ceron. Ao pedir parcimônia dos colegas, ele fez menção ao caso de Luiz Carlos Cancellier, ex-reitor da UFSC que cometeu suicídio após ter sido alvo de um inquérito da Polícia Federal que acabou encerrado sem provas.

Anteriormente, opositores de Ceron na Câmara tentaram avançar com um impeachment do prefeito afastado, mas o processo acabou barrado.

Ceron foi preso no início de fevereiro em meio à Operação Mensageiro, que investiga irregularidades na contratação de empresas para coleta de lixo. Outros seis prefeitos foram presos por suspeita de envolvimento em esquema parecido.

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