Quarta-feira, 8h30min, o sol brilhava e o calor tomava conta. Os guarda-sóis dominavam a faixa de areia e debaixo deles mães atentas aos pequenos que se refrescavam no mar. Mais um dia típico de verão em uma das cidades mais movimentadas de Santa Catarina, Balneário Camboriú. Dessa vez o olhar de cuidado se mescla ao de gratidão. É que as crianças reunidas em frente ao posto quatro da Praia Central não estavam ali apenas por diversão. O objetivo era aprender sobre os cuidados na água e o respeito com o meio ambiente.
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Foi a primeira edição desse ano do Projeto Golfinho em Balneário Camboriú, ministrado na semana que passou pelo Corpo de Bombeiros. Ao todo, 42 meninos e meninas de várias regiões do país. Crianças como a pequena Ynkny Lisiê, nove anos, de Curitiba (PR), que veio passar as férias no litoral catarinense. Se ela estava ansiosa para ir brincar? Não. Acordou cedo na segunda-feira, dois dias antes, para ir à praia estudar.
O tema do encontro de quinta-feira foi educação ambiental. Entre as principais atividades, a coleta de lixo na faixa de areia. Apesar da programação, a tarefa não foi possível. O motivo? O excesso de materiais pontiagudos no chão que colocava a segurança das crianças em risco. É por isso também que as aulas do projeto acontecem em uma área demarcada por uma faixa amarela.
O instrutor e guarda-vidas Thales Cervati afirma que a quantidade é grande, o que reforça a importância de abordar o tema com os pequenos. Embora equipes da prefeitura de Balneário Camboriú façam a limpeza da orla todas as manhãs e seja reforçada na alta temporada – são quase 100 profissionais a mais nessa época –, ainda há muito lixo na praia.
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A diretora da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Nayara Hirsch, diz que não é possível quantificar o volume. Porém, para se ter uma ideia do tamanho do problema, na virada do ano foram recolhidas 39 toneladas. Além de colocar em perigo os banhistas, o impacto é direto nos animais.
Segundo Isabela David, assistente técnica do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos, coordenado pela Univali, 80% das tartarugas recolhidas mortas nas 11 praias de abrangência tinham plástico no organismo. Somente em 2018, 2.348 animais foram recolhidos. A maioria sem vida. O levantamento de 2018 aponta 902 aves mortas, além de 1.099 tartarugas e 85 mamíferos, como golfinhos.
Por isso, os técnicos resolveram unir esforços com o Projeto Golfinho. Juntos, têm levado a crianças palestras e exposições com materiais encontrados dentro dos animais.
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– Nosso trabalho vai de Barra Velha a Governador Celso Ramos, com o propósito de sensibilizar os banhistas, sobretudo os turistas, em relação ao impacto do lixo descartado de maneira incorreta – diz Isabela.
Agenda Projeto Golfinho
Balneário Camboriú – Praia Central
De 21 a 25 de janeiro
De 4 a 8 de fevereiro
Itapema – Meia Praia, posto três
De 14 a 18 de janeiro
De 28 de janeiro a 1º de fevereiro
Itapema – Praia Central
De 21 a 25 de janeiro
Bombinhas – Bombas, posto dois
De 21 a 25 de janeiro
Bombinhas – Mariscal, posto quatro
De 14 a 18 de janeiro
De 28 de janeiro a 1º de fevereiro
Itajaí – Praia Brava, posto oito
De 14 a 17 de janeiro
Itajaí – Cabeçudas
De 14 a 17 de janeiro
Itajaí – Atalaia
De 14 a 17 de janeiro
Balneário Piçarras, posto dois
De 21 a 25 de janeiro