A praça Nereu Ramos foi transformada num minicentro esportivo na tarde de ontem. Quem passou pelo local pôde fazer uma pausa na rotina para experimentar uma partida de futebol, badminton ou basquete, além das três modalidades de atletismo: corrida, salto e arremesso de peso. O evento foi promovido pelo jornal “A Notícia” para encerrar o Projeto Joinville que Queremos, que nesta edição abordou o tema esporte e cidadania.
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As brincadeiras começaram por volta das 12 horas. Muitas pessoas que estavam no intervalo do trabalho pararam no local para assistir às brincadeiras. Outras viram a bola rolando, entraram na disputa por alguns minutos e depois seguiram seu caminho. A atividade provocou uma intervenção na rotina de quem passa pelo Centro.
Entre a equipe de atletismo que arriscava um futebol, surgiu a copeira Marcia Strais, de 28 anos, que no intervalo do almoço resolveu jogar bola com os pés descalços e de avental. Na praça, ela resgatou as habilidades da adolescência, época em que participava de campeonatos representando o time da comunidade, o bairro Boehmerwald.
– Achei muito divertido. É sempre bom fazer um esporte e eu gosto de jogar futebol. Joguei dos 14 aos 16, mas sempre estou batendo uma bolinha, então me interessei quando vi isso aqui. É bom ter um incentivo – diz.
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Apesar do pouco tempo disponível, teve visitante que experimentou todas as modalidades do evento. O menino Yago Lorenz, de sete anos, teve uma surpresa boa antes de ir para a escola: ele se divertiu na praça jogando futebol e praticando corrida com obstáculos.
A atleta Bruna Maria Cestrem, de 19 anos, um dos destaques de Joinville no atletismo, estava no local para orientar o público. Há seis anos no esporte, ela se destaca na prova de 400 metros com barreiras. Em 2013, ela recebeu o Troféu Gustavo Kuerten de Excelência no Esporte, por ter brilhado em todas as competições das quais participou naquele ano.
– Para mim, é um privilégio estar aqui mostrando um pouquinho da nossa modalidade, participando de outras e vendo o desempenho do pessoal. Mesmo que eles não saibam, com a gente demonstrando, até que muitos levam jeito – conta.
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O evento promoveu a interação entre a população e os atletas da cidade. Se, por um lado, o público pôde brincar de corrida com profissionais especializados, por outro, foi uma oportunidade para estes fazerem o esporte chegar a quem não tem acesso.
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– É bacana ver essa interação com a comunidade, principalmente para nós, que somos da cidade. É legal ver que tem incentivo ao esporte e que o público pratica – diz Dudu, goleiro do JEC/Krona.
Orientação para cuidar da saúde
No evento do Projeto Joinville que Queremos, que aconteceu das 12h às 17h na praça Nereu Ramos, a comunidade também recebeu orientações gratuitas sobre nutrição e cuidados com o corpo. Equipes de alunas e professores dos cursos de nutrição e educação física estavam no local para tirar dúvidas dos visitantes.
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Os painéis levados pelas alunas de nutrição chamaram a atenção do público para a quantidade de açúcar, sal e gordura nos alimentos industrializados. Ao lado das embalagens estavam representadas as quantidades dessas substâncias nos produtos, na maioria dos casos excessivas para o corpo. Segundo a estudante Sandra Silveira, o consumo descontrolado de açúcar e sal, por exemplo, pode contribuir para o desenvolvimento de doenças como diabetes e hipertensão. A principal dica não é segredo: é aprender a se alimentar conscientemente e sempre preferir frutas, verduras, cereais e grãos integrais.
– As pessoas ficam muito impressionadas com a quantidade de sódio e açúcar que esses alimentos industrializados contêm. As mães se assustam com a quantidade na farinha láctea, por exemplo, que dão para seus filhos. Então mostramos uma opção de substituição desse alimento, que seria o mingau de aveia com canela, que é um ótimo antioxidante – aponta a estudante de nutrição Vitória da Silva.
A falta de tempo também não pode ser mais desculpa para cuidar da alimentação. Para Vitória, a rotina pesada no trabalho, durante a semana, não pode atrapalhar a saúde. Uma solução seria carregar consigo frutas, nozes, castanhas ou amendoim, por exemplo, para evitar os lanches gordurosos.
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Conforme Andréia Fernanda Moletta, professora de educação física do Bom Jesus/Ielusc, a alimentação segue os padrões culturais, por isso é tão difícil variar porque envolve mudança de comportamento. A equipe de alunas desse curso ofereceu medição do índice de massa corporal (IMC) aos participantes, além de orientações sobre a saúde do corpo. Um registro com o peso, a altura, idade e sexo das pessoas foi mantido, com a finalidade de traçar o perfil da população. Conforme Andréia, a maioria das pessoas que visitaram o local era formada por homens com peso elevado e que não praticam atividade física.
– Aparece bastante gente com pouca informação. Então, é preciso atualizá-las. Percebemos que não há uma base sobre alimentação, há sempre muita gordura. Mas é algo que vem culturalmente. Tem que haver mudança de concepção – afirma.