Os problemas de infraestrutura em Santa Catarina são vistos em toda parte e podem ser apontados principalmente nas rodovias e nos trilhos, ou na falta deles. A solução, conforme os debatedores do terceiro encontro do Cresce SC, não é imediata ou simples, mas exige planejamento e investimento privado. Uma das soluções apresentadas é um terminal aeroportuário regional em Governador Celso Ramos, que já está em discussão, conforme afirmou Pedro José de Oliveira Lopes, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado de Santa Catarina (Fetrancesc). O planejamento é de um terminal não apenas de passageiros, mas de carga.
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– No futuro, com o contorno, aquela será uma região será de rápido acesso. Além de ser um centro de distribuição de carga para toda a região e um ponto estratégico de logística para a Grande Florianópolis.
Lopes contou que já foram quatro encontros com investidores para discutir o projeto. Ainda será feito um estudo de viabilidade no local, além de estabelecer conversas com o prefeito da cidade e a comunidade. O presidente da Fetrancesc afirma que não há prazo estabelecido ou investimentos estimados, mas não descarta a integração do centro de logística com a atividade marítima.
– Um estudo também está sendo feito estudo com os portos para diminuir interferência dos caminhões dentro das cidades. O mar fica próximo ao centro e pode ser introduzido à área turística, com uma ligação com o Norte da Ilha.
José Carlos Rauen, presidente do Sindicato de Engenheiros de Santa Catarina (Senge-SC), ressaltou que a área entre Governador Celso Ramos e Biguaçu deve ser considerada um polo de desenvolvimento.
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– O terminal aeroportuário iria atingir os portos de Itajaí e Imbituba. É um investimento de 20, 30 anos – estima.
Mário Cézar de Aguiar, vice-presidente do Sistema Fiesc, também afirmou que a precariedade da infraestrutura brasileira não passa por uma solução rápida e definitiva. Ele explica que o pouco investimento público em infraestrutura – em 2012, 1,1% dos gastos da União foram com transporte, enquanto em outros países esse número é em torno de 4% – a insegurança jurídica de contratos e a instabilidade e burocracia de licenciamentos ambientais são entraves para investimentos estrangeiros.
– A indústria quer aumentar sua condição e ser compettivia, mas esbarra na questão de logística, transporte – afirmou Aguiar.
Outro aspecto abordado pelo vice-presidente do Sistema Fiesc foi o isolamento da região Oeste de SC, que impacta na sobrevivência do agronegócio, diante da dificuldade de se levar os grãos aos produtores de aves e suínos.
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– Se não tivermos uma rodovia ou ferrovia adequada, as empresas irão migrar para perto das produtoras de grãos. É um risco que nós corremos.
Além disso, ele ressaltou a importância da Ferrovia do Frango para a região.
– Estrategicamente para SC é importante, porque a ferrovia vai fixar a indústria no Oeste catarinense para que possamos trazer os produtos de lá com mais facilidade e a um custo menor. Vai ser um elemento indutor de desenvolvimento do norte catarinense.