O projeto de instalação de um novo terminal privado em São Francisco do Sul, o Porto Brasil Sul, volta a ser discutido, nesta noite, na Câmara de Vereadores do município. Na última quinta-feira, a moção – proposta de estudo sobre o tema – apresentada pelo vereador Salvador Luiz Gomes, o Dodô (PMDB), no fim de março, foi revogada por unanimidade pela casa. O pedido de revogação partiu do vereador Edson Luiz Duarte, o Edinho da Casa Azul (PSD), que também é o vice-presidente da mesa diretora.

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Projeto de instalação de um novo porto abre polêmica em São Francisco do Sul

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Segundo ele, o texto do documento apresentado pelo vereador Dodô não estava de acordo com o que havia sido proposto no dia 30 de março. Em vez de proibir apenas a instalação de empreendimentos nas praias do Forte e do Sumidouro, a moção se estendia para qualquer tipo de construção portuária na cidade, inclusive a do Terminal Graneleiro Babitonga (TGB), que já obteve licenças ambientais e tem obras previstas para começar em junho, na região de Laranjeiras.

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Dodô disse que não cometeu erro algum na redação do documento, mas fez os ajustes solicitados e protocolou uma nova moção ontem à tarde na Câmara, restringindo a proibição apenas para as praias do Forte e do Sumidouro, local escolhido pela empresa WorldPort Empreendimentos Portuários para construir o porto. A moção será votada na sessão de hoje do Legislativo.

Além de pessoas contrárias ao projeto, é esperada a participação de moradores favoráveis à construção na cidade. Por não se tratar da última sessão do mês na Câmara, as manifestações na tribuna estão proibidas.

– Estou pedindo para rediscutirmos, de forma ordeira e pacífica, com a população e com os órgãos ambientais, qualquer investimento e não olhar apenas para os benefícios de ordem econômica, mas também avaliar que destino terão os pescadores, por exemplo. A comunidade precisa ser ouvida – afirma.

O projeto do Porto Brasil Sul prevê investimentos superiores a R$ 3 bilhões e a geração de 2,4 mil empregos na fase de construção e 2,8 mil durante a operação plena.

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Vale destacar que a moção não tem força para impedir a instalação do projeto que, no momento, está sob análise da Fundação do Meio Ambiente (Fatma). O órgão avalia o pedido de licença ambiental prévia (LAP), solicitado em outubro de 2016, e o estudo de impacto ambiental (EIA/Rima) para a área de instalação.