As fachadas das escolas públicas brasileiras poderão vir acompanhadas de um número: o do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) – uma avaliação que monitora a qualidade de ensino do país. Um projeto de lei, em tramitação no Congresso Nacional, quer obrigar os colégios públicos a colocarem uma placa, de no mínimo um metro quadrado, na porta do estabelecimento, revelando a média que obteve na avaliação nacional.
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– O que é positivo e eu concordo é que se dê amplo conhecimento dos resultados do Ideb aos alunos, pais e professores por meio de discussões, buscando as causas positivas e negativas dos resultados, definindo ações, metas e compromissos conjuntos a serem alcançados. Ele ainda observa que o índice não é garantia de que uma escola é boa e com qualidade:
– Ele serve como um indicador importante, não sendo o único. Há diversos outros aspectos que somente professores, gestores e os próprios alunos têm condições de identificar como positivos ou negativos. Para isso, eles devem focar o trabalho pedagógico, a aprendizagem, as relações de convivência, os valores humanos e ambientais.
Orgulho do resultado
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Quando saiu o resultado do Ideb, em 2010, a Escola Aldo Câmara da Silva, em São José, na Grande Florianópolis, colocou uma faixa comemorando o resultado alcançado: 6,2 nos anos iniciais do ensino fundamental. O índice mereceu ser celebrado. Além de a nota ser a mais alta entre escolas públicas do município, apenas 6,7% (3.325) dos colégios públicos do país tiveram índice maior ou igual a seis nesta etapa do aprendizado.
A diretora da escola, Roseli Kulkamp Sant’ana, acredita que o bom desempenho em 2009 – um salto, se comparado com o índice de 2007, de 4,6 – foi devido a um momento que a escola vivia. Havia professores muito engajados com a educação. Eles trocavam ideias e projetos, que funcionavam nas turmas.
– A gente tentou divulgar o máximo nosso desempenho, porque foi um orgulho para todos – relata.
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A diretora concorda em expor a nota na frente do colégio, que tem cerca de 420 alunos. Para ela, isso incentivaria a instituição a melhorar. Roseli apenas alerta para o fato de que são poucos os responsáveis que sabem o que a nota representa.
– Quando colocamos a faixa, uma minoria de pais nos procurou. Por isso é interessante que se publique e que se fale do índice. Acredito que, quando o número ficar na frente do colégio, vai despertar a curiosidade dos familiares.
A diretora ainda acha necessário contextualizar o índice, explicando o que ele avalia.
– Ele não é apenas uma nota, é resultado de um trabalho pedagógico e de convivência, que envolve professores, alunos e família – observa.
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No final deste ano, alunos do 5º ano e 8ª série irão encarar a Prova Brasil, que conta no Ideb. Roseli espera a escola repita o bom desempenho nas séries iniciais.
Mais do que avaliar a qualidade de escola, a prova também vai dar uma resposta para o novo modelo de ensino fundamental, que era de oito e passou para nove anos. A avaliação será respondida por alunos do 5º ano – os primeiros que entraram no novo modelo, em 2007, quando começou a ser implantado na rede estadual.