Multas em semáforos de Itajaí apenas para quem ultrapassar a velocidade máxima permitida. Um projeto de lei aprovado nesta semana pelos vereadores proíbe a cobrança de infração, por meio de radares instalados nas sinaleiras, para quem furar o sinal vermelho.
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A proposta é do parlamentar Paulinho Amândio (PDT), com a justificativa de que alguns semáforos ficam em locais de difícil visualização e outros em pontos onde é complicado convergir para a esquerda. Para entrar em vigor, o projeto precisa ser sancionado pelo prefeito Jandir Bellini (PP).
– Não podemos punir os bons motoristas porque nossa mobilidade urbana não é adequada – diz Paulinho.
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O vereador alega que o trânsito de caminhões em alguns pontos obstrui a visão dos motoristas que vêm logo atrás, que podem não perceber que o semáforo está mudando do amarelo para o vermelho.
No texto da lei, há o exemplo do cruzamento das ruas Carolina Vailatti e Rua Indaial, na esquina do Asilo Dom Bosco: “O motorista que deseja convergir na Rua Indaial fica com a visibilidade muito prejudicada, tendo em vista os muros e disposição dos imóveis naquele local.”
– Além disso, alguns semáforos tem o tempo do sinal amarelo menor do que diz a lei – emenda o autor do projeto.
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Dos 18 vereadores que estavam no dia da aprovação, apenas Anna Carolina Martins (PRB) votou contra. Ela defende que, se os semáforos têm algum problema, que seja revisto e se adeque.
– Acho que estamos retroagindo. Primeiro temos que pensar nas vidas das pessoas. O ideal seria manter a multa, porque o motorista tem a opção de recorrer – comenta a vereadora.
A lei só diz respeito à fiscalização eletrônica, caso o motorista fure o sinal vermelho em um sinaleiro sem radar e for flagrado pelo guarda de trânsito, poderá levar multa.
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Especialista
O professor da Univali e especialista em regulação de transportes terrestres, Gilmar Cardoso, diz que o trânsito de Itajaí tem vários pontos como os descritos pelo vereador autor do projeto. No caso do sinal amarelo, por exemplo, ele deve durar quatro segundos em vias cuja velocidade máxima é 60 km/h e o especialista diz que em Itajaí é comum observar que ele fica no amarelo por um tempo menor.
Cardoso também defende que o radar deveria multar dois segundos depois do sinal ficar vermelho. E explica por quê:
– Às vezes o sinal está fechando e acontece algo que o motorista precisa frear, como uma pessoa cruzando a rua. Então ele não percebe que o semáforo está fechando e acaba multado.
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Redutores de velocidade começam a ser testados
A partir de segunda-feira, cinco equipamentos de fiscalização eletrônica começam a ser testados em Itajaí. A empresa vencedora da licitação terá uma semana para mostrar a qualidade e eficiência dos produtos. Na próxima semana estarão funcionando, ainda sem gerar multas, cinco equipamentos.
As instalações dos equipamentos fixos começou ontem à tarde, na Rodovia Osvaldo Reis e na Avenida Irineu Bornhausen, a Caninana. Já o radar e OCR móvel serão testados em vários pontos da cidade. Conforme o Coordenador de Trânsito de Itajaí, Willian Gervasi, os testes estão previstos no edital e fazem parte da última etapa do processo para apurar a empresa vencedora.
– Depois desses sete dias, uma equipe irá avaliar os testes e se nenhum problema for encontrado a mesma será a vencedora – comenta.
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O edital prevê a concessão de oito radares fixos, 20 radares fixos dotados de OCR (que têm capacidade de identificar os caracteres da placa e flagrar irregularidades), 51 radares múltiplos, que fiscalizam além do excesso de velocidade o avanço de sinal e a parada sobre a faixa de pedestre; um radar estático, 18 barreiras com dispositivo indicador de velocidade (display) e um equipamento identificador automático de placas de veículos.
A empresa vencedora fica responsável pela locação, implantação, manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos de fiscalização automática de trânsito e disponibilização de sistema de processamento de infrações de trânsito.