No interior de Massaranduba, em meio aos morros, bananais e arrozais, uma escola criou um projeto que poderia ser apenas mais uma atividade escolar. Ao invés, o Projeto Reciclagem envolveu alunos, professores e comunidade em prol de um bem comum: dar destino a quilos de cascas da cozinha e a materiais recicláveis que acabariam no lixo comum ou na natureza. A Escola Padre Bruno Linden é a responsável pelas inovações, que se transformarão em uma composteira e uma casinha feita de garrafas PET.

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O projeto começou com os restos orgânicos. Mais que propor ideias prontas, os alunos foram incentivados a desenvolver alternativas próprias: como criar composteiras que dessem contam da decomposição dos cerca de três quilos diários de cascas que sobram da cozinha? Hipóteses foram criadas para resolver o problema. Optaram por cavar um espaço em um canto do pátio. Até o fim do ano, 258 quilos de alimentos devem ser transformados em adubo no local.

Para os professores e a diretora Cleunice Conzatti Uller, mais do que despertar nos alunos o interesse pela reciclagem e reutilização dos materiais, o projeto é bem sucedido ao reunir diversas disciplinas e aplicá-las de maneira indireta. Muitas vezes, nem eles percebem o uso que fazem dos conhecimentos adquiridos em aula. O fato de terem de criar as soluções também tem seu mérito: eles pesquisam, criam e envolvem-se cada vez no projeto.

Comunidade participa do projeto

Quase onipresentes em lares e restaurantes, as garrafas pet apareceram como segunda problemática no projeto. E surgiu a criativa ideia: construir uma casinha que abrigará as exposições de trabalhos escolares. A professora de matemática, Nilcimara Czadotz, lançou o desafio: como fazer uma construção de três metros por dois? A resposta uniu as pets e caixas de leite.

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As garrafas serão acopladas, uma dentro da outra, formando tubos. Lado a lado, eles formarão as paredes. No teto, as caixas de leite abertas serão pregadas. Tudo será montado em uma estrutura de madeira, cedida pelos pais de alunos.

Os pais e a comunidade também ajudaram em outra etapa: reunir a matéria prima. Até agora, cerca de 3 mil garrafas já foram coletas, em um período de cerca de um mês. Neste momento, os alunos fazem a limpeza e separação do material. A data da construção ainda não foi definida.