“Sabe como nasce uma plantinha, filha?” Foi com uma pergunta simples ao apresentar para a pequena Alicia as raízes, o caule e as folhas de mudas na sacada de casa que o projeto Plantei um Broto na Casca do Ovo brotou, ganhou vida. Em contato com o verde desde pequena, a engenheira florestal Ana Gloria Nunes percebeu a falta desta ligação com a terra na geração atual e aproveitou a brincadeira, de guardar sementes que consumia em casa, para mostrar à menina a germinação do alimento que elas comiam.
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– Começou a germinar muito. Conforme a Alicia comia a gente ia colocando na sementeira. Germinou umas 50 mudas e eu pensei em partilhar com outras pessoas, mas onde? Primeiro eu coloquei em potinho, mas me veio a ideia do ovo. Uma embalagem biodegradável, pequena, vai pouca terra e é fácil de levar. E foi assim que surgiu o projeto, de forma natural, nada planejado – relembra.
Depois de publicar na internet a oferta das charmosas mudinhas, as pessoas começaram a se interessar pela proposta e, assim como as plantinhas da sacada, o projeto cresceu. A ideia não se limitou a apresentar as plantas, mas a abordar o plantio, a reutilização dos alimentos, o reaproveitamento de resíduos, a partilha e principalmente o ato de plantar a própria comida.
Dentro de escolas, as crianças se tornaram protagonistas do projeto, explica Ana:
– Cultivando, você vai experimentar coisas novas e são as crianças que fazem. Isso é incrível, temos uma participação ativa em um ambiente em que elas estavam totalmente distantes, da horta, da cozinha, do lugar de lazer dentro da escola. Vejo elas tendo insistência, paciência, admiração pelo meio em que estão. É enorme o ganho com tudo isso – comemora ao contar sobre a implantação do projeto no ambiente escolar e da receptividade dos alunos.
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Sobre os planos para o futuro, que Ana já está transformando ao apresentar os alimentos aos pequenos e relembrar a importância do plantio aos mais velhos, a engenheira ambiental ressalta que a cada dia eles estão sendo construídos.
– A ideia é empoderar as crianças e as escolas para que façam isso de forma natural. Com incentivo, isso pode acontecer. As crianças vão crescer e gerar uma nova geração. Eu acredito num futuro muito mais verde. Por menor que seja a ação, você já está gerando um impacto grande. São pequenas mudanças que vão fazer a diferença – argumenta.
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