Para erguer esta casa de serra, o primeiro desafio enfrentado pelo engenheiro Libório Schlieper e pela arquiteta Zaira Hoffmann Schlieper foi o local escolhido pelo casal proprietário: um terreno acentuadamente íngreme de 2,4mil metros quadrados de área no bairro Santa Terezinha, próximo ao centro de Canela. Apesar do empecilho natural, os profissionais tiraram proveito da exuberante mata nativa que forra o declive para, mantendo-a quase intocada, incorporá-la ao projeto como moldura da construção.
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– Retiramos o mínimo da vegetação e implantamos a casa usando esse desnível, dando prioridade para a vista – diz Zaira.

Na questão arquitetônica, a morada permanente de três pavimentos e 530 metros quadrados de área foi totalmente erguida com paredes duplas de tijolos maciços. No miolo, placas de poliestireno mantêm o conforto térmico. A estrutura da casa é de concreto. Externamente, porém, vigas e colunas em madeira grápia lembram o estilo enxaimel, com acabamento de tijolo de demolição e aplicação de junta seca.
O projeto arquitetônico da casa incrustada na mata verde nativa seguiu um pedido claro dos proprietários:
– um chalé serrano típico com rusticidade e materiais de demolição, porém, com tecnologias e recursos atuais em prol do aconchego e da comodidade o ano todo. O projeto é eclético – diz Zaira.
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Como é residência permanente de um casal – o filho adulto mora em Porto Alegre – a concepção da piscina surgiu desde o início. Privilegiadamente elevada – a 859 metros acima do nível do mar – , a região não costuma enfrentar o verão tórrido como o restante do Estado, mas nem por isso, se vê livre de temperaturas que passam dos 30ºC. Assim, a piscina de 29 metros quadrados de área revestida de pastilha azul (foto acima) foi instalada num deque com placas cimentícias atérmicas como extensão da área social.
O diferencial fica por conta do aquecimento interno e da borda infinita voltada valorizando a orientação solar.
– Sugeri que aproveitássemos ao máximo a vista, e eles gostaram muito, pois, podem, enquanto assam churrasco ou fazem grelhados lá dentro, usufruir desse ambiente ali fora (foto abaixo). Acho a piscina muito importante numa casa. Sem ela, a paisagem fica árida, parece que falta alguma coisa. Nessa, com o verde em cima e a água embaixo, o cenário está completo, passado uma energia muito boa – diz a arquiteta.

No projeto de interiores, a dupla contou ainda com a participação do arquiteto Moacir Kruchin, que desenvolveu uma ambientação rústica e com preceitos sustentáveis, por meio de muito vidro (duplo) e madeira de demolição.
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– A casa tem aberturas com vidro que permitem uma integração total do interior com o verde da mata externa e também favorecem a iluminação natural, além de contribuir para a redução no uso de iluminação artificial – detalha Zaira.

A casa foi planejada nos mínimos detalhes para que os ambientes espaçosos e bem distribuídos funcionassem de forma fluída e harmônica.

– Muito solicitada pelo casal, a integração dos ambientes cozinha, estar, jantar foi projetada para que a área seja utilizada diariamente de forma descontraída e variada. Esses espaços foram colocados no térreo de forma integrada também com o terraço e a piscina, onde temos o acesso principal da casa, funcionando ainda como hall de entrada – comenta Zaira.

As soluções de conforto térmico, contudo, também foram realizadas para o inverno. Para isso, além das duas fiadas de tijolos maciços das paredes, foram aplicadas manta térmica e placas de poliestireno entre o forro e a telha, vidros duplos nas esquadrias externas de PVC e calefação por meio de caldeira e lareira à lenha.
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Recursos importantes para uma casa ser aproveitada o ano todo, e não apenas numa única estação. Bem como deve ser uma morada de serra.