O projeto “Alimentando Necessidades”, de Blumenau, existiu, confirmou a Polícia Civil nesta quinta-feira (13). A ação, que entregava marmitas a pessoas em situação de rua, virou alvo de investigação depois de suspeitas levantadas na internet. A pergunta a ser respondida, ainda, é sobre o dinheiro arrecadado através de doações. Não se sabe se toda a quantia foi usada somente para a manutenção do projeto.
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Com mais de 30 mil seguidores nas redes sociais, o Alimentando Necessidades pedia doações em dinheiro para a produção e distribuição de marmitas. A iniciativa passou a ter mais visibilidade nas redes a partir de relatos nos perfis de supostas voluntárias sobre oferta de carne estragada, assédio sexual em troca de doações e até um suposto caso de estupro, descrito pelo perfil de Taynara Motta, identificado como falso.
A partir desses relatos, internautas levantaram suspeitas e doadores procuraram a polícia, popularizando o termo “marmitagate”.
O delegado do caso, Felipe Orsi, afirma que ainda é necessário verificar se as atividades foram regulares durante todo o período de trabalho. As investigações devem apontar se, em algum momento, houve destinação indevida dos recursos recebidos pela iniciativa. Segundo as apurações, a organizadora chegou a arrecadar R$ 30 mil em um mês.
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— É importante salientar que as atividades da ONG chegaram a ser realizadas regularmente. Ou seja, as doações foram destinadas a compras de insumos para supostamente serem repassadas aos moradores de rua — disse o delegado.
O delegado também disse que as investigações devem apontar se, em algum momento, houve destinação indevida dos recursos recebidos pela iniciativa. Segundo as apurações, a organizadora chegou a arrecadar R$ 30 mil em um mês.
Sobre o perfil falso, o delegado não informou, no entanto, quem é a pessoa por trás dele.
— Temos ideia, mas não vamos divulgar para não conturbar a investigação e não atrapalhar os próximos passos — declarou.
Marmitagate
As suspeitas de estelionato são apuradas pela polícia desde o fim de setembro e a única pessoa que se apresentou como coordenadora e prestou informações sobre o Alimentando Necessidades foi Eduarda Poleza, de 18 anos.
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Nas redes sociais, ela disse ter sido ouvida na delegacia em 4 de outubro. O delegado do caso confirmou oitivas de suspeitas, mas não informou o nome de quem depôs.
Por meio das contas no Instagram e no Twitter, o projeto Alimentando Necessidades arrecadou dinheiro doado para a entrega de refeições e cestas básicas para cerca de 60 pessoas.
A conta na web seria administrada por Eduarda e Taynara, que se descrevem coordenadoras da causa e que investem no engajamento de publicações em seus perfis para divulgar a causa.
Desde 23 de setembro, a conta atribuída a Taynara não publicou nenhum post e nem comentou as denúncias e a investigação sobre o projeto.
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Eduarda Poleza se manifestou na sua conta pessoal no TikTok confirmando que esteve na delegacia. Disse que está aliviada por ter entregue “provas” à investigação, e que encerrou oficialmente o projeto Alimentando Necessidades.
“Desde que tudo começou é o dia que estou me sentindo mais em paz. Mas como nem tudo são flores, estou encerrando o projeto”, declarou.
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