Eles tocam a bola, se movimentam, calculam qual a melhor jogada e chutam em direção ao gol. Alguns vão ao ataque enquanto outros ficam na defesa, todos brigando pela vitória sobre a equipe adversária. Até então nenhuma novidade, afinal estamos falando de uma partida de futebol qualquer, 11 contra 11, estádio cheio e narrações esportivas entusiasmadas, certo? Errado.
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A descrição acima trata de uma modalidade, no mínimo, diferente e que em poucos meses vai ser praticada também na Univali de Itajaí: o futebol de robôs. A universidade teve aprovado neste mês um projeto junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) para construir os robôs esportistas.
O objetivo do edital é incentivar alunos do ensino médio a cursarem Engenharia da Computação, que é oferecido pela Univali. Além dos acadêmicos, a ação também envolve alunos e professores do Colégio de Aplicação da Univali (CAU). O grupo vai usar tecnologia de inteligência artificial para desenvolver as partidas robóticas, e a expectativa é que no segundo semestre de 2013 já seja possível disputar competições nacionais.
– A ideia é despertar o interesse na tecnologia e na engenharia. O trabalho vai desde a montagem até a parte mecânica e a programação do robô, e também é preciso fazer com que eles ajam como equipe. A ideia é criar robôs competitivos e de qualidade, mas com baixo custo, acessível ao maior número de pessoas – explica o coordenador do curso de Engenharia da Computação da Univali, Rudimar Luís Scaranto Dazzi.
O campo de jogo tem 405 centímetros de comprimento e cada equipe conta com cinco integrantes, cada um com no máximo 15 centímetros de altura. Uma câmera instalada em cima do local da partida capta e processa as imagens para que o sistema encontre a posição dos robôs do mesmo time, os adversários e a bola.
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Por meio de reconhecimento de padrões, o computador decide a melhor estratégia e os robôs se movimentam em direção à bola para marcar os gols nos rivais. As máquinas são autônomas, sem nenhum tipo de controle remoto.
– O projeto ainda está no começo, mas queremos chegar inclusive a disputas internacionais, que ocorrem em muitos países. Aprimorando os conhecimentos nessa área podemos usar as tecnologias em robôs de modo geral para desenvolver a inteligência artificial – observa Dazzi.
Além da equipe de futebol de robôs, também será criado um grupo de estudo para introdução à programação e implementação de processadores com alunos do CAU. Eles vão estudar conceitos básicos de programação e arquitetura de computadores, algoritmos e projetos de circuitos e sistemas digitais.
Haverá ainda atividades práticas com sistemas embarcados (microprocessados), usados em celulares, impressoras, videogames e alguns aparelhos domésticos como TV e micro-ondas.
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