Um projeto desenvolvido por professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) pretende promover a prática de hábitos saudáveis na população brasileira. Em fase de desenvolvimento, a proposta será testada em agosto em duas unidades de saúde básica de Florianópolis para depois ser disseminada para as demais.
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O programa Vida Ativa Melhorando a Saúde (Vamos) aposta na mudança de hábitos na população, estimulando a prática de atividades físicas e alimentação saudável. Para isso, irá promover 12 encontros semanais de uma hora e meia onde todas essas questões serão debatidas com a população.
O modelo foi trazido dos EUA pela professora Tânia Bertoldo Benedetti, do Departamento de Educação Física da UFSC e coordenadora do projeto. A proposta é bastante disseminada lá e em países europeus, pois consegue promover mudanças na vida das pessoas a baixo custo. A professora explica que em vez de oferecer atividades físicas ele aposta nas discussões e reflexões, provocando mudanças mais significativas e abrangendo mais gente.
Há dois anos, o Vamos foi testado na Capital, mas o modelo visava o incentivo às atividades físicas em idosos. Duas unidades de saúde básica adotaram o programa da UFSC e outras duas continuaram com o método tradicional dos exercícios três vezes por semana.
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– A cada encontro havia um tópico para o grupo discutir, mediado pelo profissional de saúde. As pessoas passaram a analisar a vida delas. Depois, ficamos acompanhando os grupos por um ano e eles mantiveram níveis de atividades bem acima dos que participaram dos encontros tradicionais – revela a pesquisadora.
O mediador dos encontros é um profissional das áreas de educação física e nutrição, que recebe preparo e treinamento para isso. Mas a proposta do projeto é que servidores da saúde também façam esse trabalho, desde que tenham passado pelo treinamento, já que nem todas as unidades têm nutricionistas e educadores físicos.
Para este ano, o Vamos passou por uma reformulação. Passou a ser chamado de 3.0 e, além dos exercícios físicos, também vai promover a alimentação saudável e o controle de estresse dos participantes – que não serão apenas idosos. Em um primeiro momento, em Florianópolis, será aplicado em uma unidade de saúde básica do Estreito e outra no Balneário do Estreito. Ele também está sendo testado em Recife e em agosto passará por testes em Belo Horizonte.
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O projeto recebeu R$ 100 mil de recursos e está sendo financiado pelo Programa de Pesquisa para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Foto: Felipe Carneiro/Agência RBS
O programa
– O programa é baseado na Teoria de Mudança de Comportamento. A estratégia é mudar a relação com as atividades físicas por meio de reuniões semanais com objetivos específicos. Em cada uma, são realizadas reflexões sobre o dia a dia e sobre as barreiras para a prática de atividade física ou uma alimentação saudável
– Na UFSC, contribuem para o programa os professores Cassiano Rech, Tânia Bertoldo Benedetti e Marize Amorim Lopes, do Centro de Desportos; Eleonora D’ Orsi, do Departamento de Saúde Pública; Luiz Salomão Ribas Gomez, do Departamento de Expressão Gráfica, além de Geovana Zarpellon, da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc)
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– Há também uma equipe de alunos de graduação, mestrado e doutorado que, a partir do projeto, farão análises do ambiente na implementação, efetividade, adoção e manutenção das estratégias
– A técnica utilizada nesse programa já foi testada nos Estados Unidos e em alguns países da Europa. Foi verificado, porém, que não bastava apenas traduzi-lo, era necessário adaptá-lo à realidade brasileira
Como funciona
– O programa é feito em 12 encontros, cada um com um tema como: preparação, explicação sobre alimentação saudável e prática de exercícios físicos.
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– Também são discutidas maneiras de superar desafios e enfrentar obstáculos, além de estabelecer metas e realizar mudanças duradouras. Os participantes ganham uma revistinha por semana
Questões abordadas
– Refletir por que não adianta fazer dietas loucas
– Avaliar onde as refeições são feitas. Há um hábito muito comum de se comer na frente da TV, o que tira atenção do que está comenda
– Obstáculos para ter uma alimentação saudável, como o trabalho ou sair com os amigos, por exemplo
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– Avaliar a situação financeira
– Analisar como se prepara o alimento, se tem muita gordura, por exemplo
– Incentivar que ande pelo menos dois minutos por dia e depois de cumprir essa etapa incentivar que ande cinco, e depois 10
– Trocar a escada pelo elevador
– Trabalho de respiração, meditação e relaxamento