A praia do Gravatá, praticamente uma reserva ecológica preservada, é um reduto de beleza e calmaria em Laguna, no Sul do Estado. Só é possível chegar até lá por uma trilha a pé, o que mantém o lugar intocado. Para que paraísos como esses continuem assim, com a menor interferência possível, protetores ambientais aprendem a conservar e multiplicar informações, em projeto realizado pela Polícia Militar Ambiental (PMA) do Estado.
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A aluna Diana Esteves Morais Justino, 12 anos, participa das atividades dos protetores duas vezes por semana, no contraturno escolar. Estudante do sétimo ano da Escola de Educação Básica Comendador Rocha, ela sempre teve curiosidade em saber mais sobre o meio ambiente, e topou aderir ao programa. Além da mudança de comportamento, ela já percebe uma melhoria nas práticas diárias.
— Quando eu vejo alguma pessoa fazendo algo errado, vou lá e oriento como fazer, e também mudei minha rotina. Jogar papel no chão, por exemplo, não jogo mais, junto quando eu vejo, da praia. A gente tem que se conscientizar porque como dizem no curso, o futuro depende de nós, é a gente que vai mudar, preservar ou destruir — afirma.
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Este ano, 32 estudantes de 12 a 15 anos estão envolvidos nas atividades, e a formatura está marcada para o dia 15 de dezembro. O monitor da quinta turma de protetores, sargento Carlos Roberto da Silva, explica que as aulas são teóricas e práticas, com o objetivo de formar novos protetores ambientais. Na semana que vem, a atividade será em Florianópolis, junto ao Projeto Tamar e no Parque Estadual do Rio Vermelho, no Centro de Tratamento de Animais Silvestres.
— O foco maior é a conscientização deles para a questão do meio ambiente, incitar neles uma visão preservacionista, despertar o senso crítico e reflexivo da nossa postura em relação ao meio ambiente. É rever a conduta e fazer deles cidadãos de fato, em condições de adotar posturas e ser multiplicador — explica o sargento.
Reforço nos cuidados com o meio ambiente
Apesar do tema ser atrativo e a adesão ao programa ocorrer de maneira espontânea, quem trabalha com uma turma de adolescentes precisa de criatividade para manter o foco dos estudantes. O professor de Biologia Marinha da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Arnaldo D¿Amaral Pereira Granja Russo, foi quem acompanhou o grupo na praia do Gravatá essa semana. Pelo caminho, o exercício é observar e tirar as dúvidas, treinar o olhar para a preservação.
— Não é uma atividade fácil de cativar, a gente só consegue proteger e preservar aquilo que a gente conhece. Um exemplo são as dunas, a importância delas, os ecossistemas, lagoas, estuários. Eles têm uma vivência bastante grande durante o projeto, inclusive com o aspecto legal, então de certa forma se colocam como atores, principalmente nas comunidades onde vivem — reforça.
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Todo o ano novas turmas de protetores são formadas, e o projeto é realizado nas cidades onde existem unidades da Polícia Militar Ambiental. Participal alunos de escolas públicas e privadas, a partir de um processo seletivo, pois as vagas são limitadas.