O trânsito mais violento e a falta de patrocínio deram fim a um projeto antigo de Joinville: o Aluno-guia foi desativado. Criado na década de 1990, tinha 11 escolas de Joinville participando do trabalho de orientação no trânsito até o ano passado.

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-Quando foi criado, em 1991, o trânsito não era tão perigoso. Chegamos a uma situação arriscada. Uma criança em via pública é um comprometimento muito grande. Funcionava bem há dez anos. Agora, se tornou inviável-, lamentou o responsável pelos projetos pedagógicos do Ittran, o professor Marcelo Dalla Vechia.

Gabrielle Amabily de França, 12 anos, achava o programa “muito bacana e interessante”, como preferiu definir. No ano passado, ela foi uma das 24 crianças da Escola João Costa, da zona Sul de Joinville, que participaram do projeto.

-Conheci muitas regras com o Aluno-guia. Acho que consegui passar muitas informações novas para meus pais e até para os colegas de sala. Acho que deveria voltar. É muito legal-, comentou a aluna.

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O professor de atividades complementares do João Costa, Itamar Rodrigues Oliveira, que acompanhava o projeto na escola, acredita que o Aluno-guia fazia muito bem aos participantes.

-Eles eram multiplicadores das lições que eram passadas. Os agentes de trânsito vinham até a escola. Eles faziam um treinamento, participavam de palestras, sentiam na pele como o trânsito funcionava-, explicou.

Segundo ele, os demais projetos de educação de trânsito também colaboram, mas a prática é muito mais divertida aos alunos.

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Aprender brincando

No Ittran, continua em cena o Projeto Trânsito não É Palhaçada. O palhaço Polenta orienta crianças de seis a oito anos sobre o uso de cadeirinhas, cinto de segurança, faixas de segurança, semáforos, placas e até a velocidade permitida nas vias.

De acordo com Dalla Vechia, a instituição planeja colocar em prática também o Projeto Cidadania em Trânsito, que prevê a implantação de uma “minicidade”, onde crianças poderão aprender brincando na Estação da Memória.

-Por isso que o asfalto foi colocado ali. Queríamos criar um espaço para educação no trânsito durante a semana para as escolas e deixar aberto para a comunidade nos fins de semana. Mas agora precisamos esperar sobre a decisão que será tomada sobre o asfalto-, disse o professor.

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Como a Estação da Memória é um imóvel tombado, a construção do asfalto não deveria ter sido permitida. A pavimentação pode ser retirada pela Prefeitura. O projeto falaria sobre a mobilidade no trânsito e já tem patrocínio de empresas.