Não é de hoje que a manutenção é uma questão delicada no orçamento das cidades. Principalmente em momentos de crise, as gestões precisam encontrar saídas de atender as necessidades básicas da população e, por vezes, acabam deixando de lado a conservação de espaços como praças, parques, canteiros e outras áreas públicas.
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Para tentar minimizar este impacto a Secretaria de Manutenção e Conservação Urbana lançou o projeto “Adote uma praça”, dentro do âmbito do programa Blumenau Cidade Jardim, que desde maio busca parcerias para a otimização dos gastos de manutenção e recuperação da cidade. Apenas com as parcerias para a conservação dos espaços a prefeitura estima economizar cerca de R$ 1 milhão por ano.
Foram disponibilizados para “adoção” 98 espaços. São 79 praças em diversos bairros, oito largos e oito parques – incluindo o Parque das Itoupavas, que ainda não foi inaugurado. Além destes, estão na lista parte do passeio na Alameda Duque de Caxias, uma rotatória na Rua João Pessoa e o Calçadão Brueckheimer. Na última semana e já dentro da programação dos 167 anos de Blumenau a prefeitura assinou os primeiros 11 convênios com empresas que adotaram 14 áreas, pois as empresas podem adotar mais de um espaço – e alguns podem receber a atenção de mais de um parceiro.
O contrato é de um ano, prorrogável por mais um, e pode ser rescindido a qualquer momento sem prejuízo para nenhuma das partes. Com o convênio firmado, a parceira pode começar a cuidar da área escolhida.
– Geralmente é a empresa que escolhe a praça ou local que ela quer, ou então fazemos uma sugestão, e a única coisa que fica determinada é que ela limpe a praça, faça a parte de roçada, o cuidado e a troca das flores, essa parte de conservação e jardinagem. É claro que se a empresa tiver interesse em revitalizar ou cuidar do mobiliário ela também tem esse direito, mas o objetivo principal é que ela faça essa parte da manutenção – explica a gerente do Programa Blumenau Cidade Jardim, Graziele de Souza Metzner.
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Cuidar da cidade é responsabilidade de todos
Como contrapartida, a empresa pode colocar no local uma placa publicitária (de tamanho determinado) e informar sobre a parceria em suas ações de marketing e propaganda.
Apesar do pagamento de impostos e da obrigação do poder público em manter a conservação dos espaços, a responsabilidade não é exclusiva da administração, pontua a arquiteta, urbanista, mestre em Desenvolvimento Regional e professora da Furb Daniela Sarmento. Para ela, programas como o “Adote uma praça” são positivos na medida que buscam melhorar a manutenção da cidade e mostram que o compromisso deve ser de todos:
– A cidade tem uma demanda de manutenção muito grande e, mesmo com o pagamento de impostos, eles não dão conta de tudo o que é necessário. Então acho que todas as possibilidades de parceria e diálogo são positivas, desde que as empresas não se apropriem dos espaços, porque eles não podem deixar de ter o caráter de espaços públicos que são. Se a troca for justa, que se faça.
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