As projeções do mercado financeiro para a contração do Produto Interno Bruto (PIB) e para o comportamento da inflação neste ano e em 2016 voltaram a piorar na semana passada, de acordo com o Relatório de Mercado Focus, que apresenta dados de pesquisa do Banco Central com mais de cem instituições financeiras. O documento foi divulgado nesta segunda-feira.

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PIB

Conforme o relatório, a perspectiva de retração da economia neste ano passou de 3% para 3,02% – um mês antes estava em queda de 2,80%. Para 2016, a mediana das previsões saiu de -1,22% para -1,43%. Quatro semanas atrás estava negativa em 1%.

Segundo o IBGE, o PIB brasileiro caiu 2,6% no segundo trimestre deste ano na comparação com o primeiro e 1,9% ante o mesmo período de 2014. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC revisou de -1,1% para -2,7% a estimativa para a retração econômica deste ano.

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No caso da produção industrial, não houve mudanças nas previsões para 2015 (a mediana das expectativas seguiu em baixa de 7,00%), mas a mediana das estimativas para 2016 passou de -1,00 para -1,50%. Há quatro semanas, as medianas destas previsões eram de, respectivamente, -6,65% e -0,60%.

Já a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB, a projeção dos analistas passou por ajustes. Para 2015, subiu de 35,65% para 35,85% – quatro edições antes estava em 36,10%. Para 2016, a taxa foi mantida em 39,20% – um mês antes estava em 39,35%.

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Inflação

Depois que o Banco Central jogou a toalha em relação ao cumprimento da meta de 4,5% também em 2016, as previsões para a inflação no Relatório de Mercado Focus dispararam em alguns casos e, no índice que mede o comportamento dos preços no atacado, chegou a superar a marca dos 10%.

Segundo o documento divulgado na manhã desta segunda-feira, mediana para o IPCA do ano que vem subiu de 6,12% para 6,22%. Essa é a 12ª semana consecutiva de elevação. Há quatro edições, o ponto central da pesquisa era de 5,87%.

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No caso da elite dos economistas que mais acertam as previsões para a inflação no médio prazo, denominada Top 5, a mudança foi ainda mais gritante. Há 15 dias, esse grupo passou a prever que o BC não entregará a inflação na meta também no ano que vem. Pela mediana das estimativas do boletim Focus desta segunda-feira, o IPCA do ano que vem terminará em 7,30%, e não mais em 6,72% como revelava a previsão anterior. Quatro edições atrás estava em 6,46%.

A meta de 2016 é de 4,5% com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para baixo ou para cima, o que abrigaria uma taxa de até 6,50%.

Já as projeções para a inflação deste ano subiram de 9,75% para 9,85% na pesquisa geral. Há quatro semanas, estavam em 9,46%. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC havia apresentado estimativa de 9,5% para este ano tanto no cenário de referência quanto no de mercado. Pelos cálculos da instituição revelados no RTI, o IPCA para 2016 subiu de 4,8% para 5,3% no cenário de referência e passou de 5,1% para 5,4% no de mercado.

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Para a inflação de curto prazo, a estimativa para outubro disparou de 0,73% para 0,81% – estava em 0,60% quatro semanas atrás. Já a de novembro, passou de 0,61% para 0,63% de uma semana para outra ante taxa de 0,60% verificada há um mês.

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As expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente também pioraram na pesquisa Focus de hoje, passando de 6,27% para 6,50% – exatamente no último limiar do teto da meta. A taxa de 6,05% era vista quatro edições atrás.

No caso do Top 5 de 2015, a mediana das previsões desse mesmo grupo saltou de 9,81% para 9,95% – também bem acima do teto da meta deste ano, que tem os mesmos parâmetros da de 2016. Há quatro semanas, essa mediana estava em 9,61%.

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