Tentar reconstruir na memória a São Francisco do Sul de dez anos atrás é desmontar algumas das peças que durante este período foram reestruturadas pelo programa Monumenta, do Ministério da Cultura (MinC).

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Em 2002, o movimento para recuperar parte do Centro Histórico foi ganhando corpo a medida que um grupo de arquitetos se instalava em um escritório da rua Babitonga para pensar o que poderia transformar aquela região da cidade turística em um lugar mais atrativo. História a terceira cidade mais antiga do Brasil tinha de sobra. Mas faltava estrutura.

– A área foi tombada pelo Iphan, mas até o início do Monumenta, não havia um sistema para que as construções fossem preservadas -, lembra o atual coordenador geral do projeto, o arquiteto Andrey de Freitas.

São Francisco do Sul, única do Estado a receber o programa, foi uma das raras cidades brasileiras que resistiu ao furor “modernizante”, característico da urbanização do País na segunda metade do século 20.

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Segundo dados do livro da série “Preservação e Desenvolvimento”, coleção de registros das experiências do Monumenta, o “patrimônio arquitetônico de São Francisco do Sul é formado por cerca de 400 imóveis, construídos a partir do século 18. As construções ficam no interior de um perímetro tombado desde 1981, em nível municipal. O tombamento federal, iniciado em 1986, foi concluído em outubro de 1987”.

Neste ano, o Monumenta completa dez anos na cidade e as mudanças já são comemoradas. A transformação ao longo da década não está somente nas fachadas de algumas edificações que compõem o Centro Histórico. Ela também se espalha pelos locais de passagens de carros e pedestres.

Em 2002, após assinado o termo de convênio entre o governo federal e São Francisco, uma das primeiras medidas foi a reconstrução, a partir do projeto original, do muro na parte frontal do que restava do Armazém Santista, construído em 1910, em frente ao atracadouro do antigo porto. O antigo armazém foi reabilitado e virou terminal turístico para embarque e desembarque de passageiros de navios.

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Depois veio a revitalização da orla marítima, construção de um muro de arranque e de deques, que tornaram a área mais confortável.

– Sem dúvida, foi nas ruas da cidade que o Monumenta gerou mais impacto -, avalia Andrey. As obras se espalharam por ruas e praças, que receberam pavimentação, tratamento paisagístico, iluminação e mobiliário novo.

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