Telefones celulares que há tempos não completam ligações e peças de computador obsoletas terão destino correto a partir da próxima segunda-feira, em Florianópolis. Nos seis terminais urbanos e no Parque de Coqueiros, 20 contêineres funcionarão como postos de coleta exclusivos de lixo eletrônico.
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O programa Recicl@í reforça a Semana do Lixo Zero, que segue até domingo no município, e será permanente. A proposta é ensinar a população a destinar os dejetos eletrônicos e facilitar o acesso aos pontos de coleta. Todo material recolhido será destinado ao Centro de Reciclagem Tecnológica (Certec), instalado em Palhoça.
O local hoje é a referência no Estado em processamento de lixo eletrônico e recebe, a cada mês, 24 toneladas de materiais somente da Grande Florianópolis. Mas a maioria dos 27 pontos de coleta (veja todos no mapa abaixo) está instalada dentro de centros comerciais, supermercados e associações. Embora não tenha projeções, o secretário-adjunto de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico Sustentável de Florianópolis, Jefferson Fonseca, estima que nos locais de maior circulação o recolhimento dos materiais se amplifique:
– Os eletrônicos têm vida útil de dois a cinco anos. É um tipo de material que as pessoas guardam em casa e não sabem como descartar. Ou descartam no lugar errado.
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Além da secretaria, o programa é promovido pelo Comitê para Democratização da Informática (CDI), responsável pelo Certec, e pela Câmara de Vereadores. Segundo a gerente da Ouvidoria da secretaria, Mercê Souza, na primeira fase não serão aceitos eletrodomésticos, eletroeletrônicos nem pilhas. Panfletos, cartazes e ações nas escolas também reforçarão a campanha educativa.
Pontos devem ser ampliados no futuro
Os 20 pontos de coleta serão testados para ser ampliados no futuro. Conforme o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, vereador Edinho Lemos, tramita um projeto de lei que regulamentará o serviço e o tornará contínuo. Uma vez por semana, caminhões da Comcap passarão para recolher o material e entregá-lo ao Certec.
No centro de triagem, cerca de 10% dos materiais são recuperados e transformados em novos equipamentos, usados em trabalhos de inclusão digital. O restante é desmontado. Os fragmentos – cobre, alumínio, ferro, plástico, ouro – são vendidos a empresas que receberam certificação dos órgãos ambientais.
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Lixo eletrônico degrada o meio ambiente
Placas e circuitos eletrônicos contêm metais tóxicos como mercúrio, cádmio, berílio e chumbo, prejudiciais ao meio ambiente.
– Sujeito a chuvas e trovoadas, as toxinas dos materiais infiltram no solo, atingem o lençol freático e podem contaminar mananciais – explica o presidente do CDI em Santa Catarina, Heitor Blum.
O lançamento do Recicl@í ocorreu ontem, na Câmara de Vereadores de Florianópolis, onde estão disponíveis dois coletores.
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DESTINO DOS ELETRÔNICOS
Equipamentos aceitos
– Computador (CPU)
– Notebook
– Impressora
– Periféricos (teclado, mouse, webcam, caixas de som)
– Modem
– Monitor
– Roteador
– Placas avulsas
– Tablets
– Cabos
– Celular
– Baterias de notebooks e celulares
Não aceitos
– Eletrodomésticos (geladeira, fogão, micro-ondas, máquina de lavar, secadora, ferro elétrico, ventilador, aparelho de ar-condicionado)
– Eletroeletrônicos (aparelho de som, TV, DVD, videocassete)
– Pilhas (caso sejam depositados, serão levados ao destino correto)
Onde depositar
Semana do Lixo Zero
A Semana Lixo Zero segue até domingo em Florianópolis. Na programação estão palestras, workshops, passeios e ações práticas para promover a reflexão sobre a geração e gestão dos resíduos. O movimento é organizado pelo Instituto Lixo Zero Brasil, sediado na capital, em parceria com as universidades, prefeitura e entidades de classe. A programação completa está disponível em www.ilzb.org
O lixo em números
– 60 toneladas de lixo eletrônico chegam por mês ao Centro de Reciclagem Tecnológica, em todo o Estado
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– 40% vêm somente da Grande Florianópolis
– 100 toneladas de lixo comum são recolhidas por dia na capital (somente 10 toneladas são de recicláveis)
O Brasil – maior gerador de lixo eletrônico entre os emergentes – descarta por ano:
– Cerca de 97 mil toneladas métricas de computadores
– 2,2 mil toneladas de celulares
– 17,2 mil toneladas de impressoras
Fontes: Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico Sustentável; Comcap; Comitê para Democratização da Informática; Programa ONU para o Meio Ambiente
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