Um programa para melhorar a formação dos trabalhadores das indústrias catarinenses garantiu que em um ano – entre 2012 e 2013 – fossem feitas cerca de 400 mil matrículas de funcionários para terminar a educação básica, ou buscar qualificação técnica ou progredir para outro nível de formação.
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Lançado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) em setembro do ano passado e inédito no país, o movimento A Indústria Pela Educação conseguiu a adesão de 992 empresas, que se comprometeram em incentivar funcionários a voltar para os estudos. A ação é articulada com escolas do Senai, Sesi e IEL – voltado a estagiários.
As indústrias podem subsidiar cursos, ou criar incentivos para o funcionário como oferece vale transporte para ele ir à escola ou liberá-lo mais cedo do trabalho.
Um levantamento organizado pela Fiesc e Confederação Nacional da Indústria mostrou que mais da metade dos trabalhadores industriais não tem a educação básica completa. A pesquisa ainda revelou que apenas 40% possuem o ensino médio concluído ou ensino superior, quando o ideal seria 85%. A realidade da indústria é um reflexo dos números do Estado, onde apenas 54,7% da população terminaram o ensino médio, de acordo com dados Ministério da Educação.
– Percebemos que tínhamos que fazer um grande movimento, o de levar escolaridade ao nosso trabalhador. Ele aprende com facilidade. Mesmo com nível de escolaridade ainda insuficiente, ele consegue se ajustar a novas tecnologias e a novos processos – observa o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte.
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Aumentar o nível de escolaridade dos funcionários está diretamente ligado ao ganho de produtividade. O presidente ressalta que dessa maneira, a indústria torna-se mais competitiva, cresce, gera mais vagas e tem mais condições em inovar. Um ciclo, na visão do presidente, virtuoso e necessário.
::Cursos voltados para necessidades do mercado::
Apesar de traçar metas de matrículas até 2014, Côrte observa que o movimento é permanente. As articulações com as indústrias de Santa Catarina continuam sendo feitas.
Entre as 189,1 mil matrículas feitas no primeiro semestre desse ano, 102 mil estão na educação profissional. O Senai, responsável por esta oferta, cria cursos de acordo com a demanda real do mercado.
– Há uma reunião entre indústrias, especialistas de educação, entidade de classes. É um grupo de pessoas que discute o perfil profissional. Ao definir isso, faz um desenho curricular. Assim temos uma qualificação mais customizada – explica o diretor de educação e tecnologia do Senai de SC, Antônio José Carradore.
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Ela ainda rebate as críticas em relação à formação dada pelo Senai considerada por alguns especialistas muito tecnicista e focada no mercado de trabalho. Carradore esclarece que a educação no sistema é feita por competências, o que envolve conhecimento, habilidades e atitudes, levando conta a formação integral do aluno no currículo, e avaliando também comportamento e atitudes do estudante.
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