Iniciada no começo de junho, a duplicação da BR-280 traz em seu novo traçado mais que possibilidades de desenvolvimento para a economia da região. Saindo do trecho urbano de Jaraguá do Sul e de Guaramirim, a construção da rodovia abre picadas em meio à áreas de mata virgem. São 23,84 quilômetros de um novo percurso traçado sobre a Mata Atlântica. Parte do trabalho de duplicação é focado no estudo sobre a flora e a fauna atingidas pela duplicação.

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O consórcio MPB Engenharia e Prosul é o responsável pela gestão e supervisão ambiental da obra. Oito pessoas, entre biólogos, arqueólogos e engenheiros ambientais e florestais realizam o trabalho. A bióloga Geisa Piovesan explica que a atuação é dividida em três subprogramas de fauna: monitoramento de bioindicadores; atropelamento de fauna; e afugentamento e salvamento de fauna. Além deles, há um subprograma voltado ao resgate de niciada no começo de junho, a duplicação da BR-280 traz em seu novo traçado mais que possibilidades de desenvolvimento para a economia da região. Saindo do trecho urbano de Jaraguá do Sul e de Guaramirim, a construção da rodovia abre picadas em meio à áreas de mata virgem. São 23,84 quilômetros de um novo percurso traçado sobre a Mata Atlântica. Parte do trabalho de duplicação é focado no estudo sobre a flora e a fauna atingidas pela duplicação.

O consórcio MPB Engenharia e Prosul é o responsável pela gestão e supervisão ambiental da obra. Oito pessoas, entre biólogos, arqueólogos e engenheiros ambientais e florestais realizam o trabalho. A bióloga Geisa Piovesan explica que a atuação é dividida em três subprogramas de fauna: monitoramento de bioindicadores; atropelamento de fauna; e afugentamento e salvamento de fauna. Além deles, há um subprograma voltado ao resgate de flora.

Desde o começo do trabalho, já foram 162 espécies de animais encontradas nas matas da região, entre aves, répteis, anfíbios e mamíferos. Alguns são apenas visualizadas na etapa de monitoramento. Outros precisam ser transportados das frentes de desmatamento e realocadas em áreas próximas. Há, ainda, o replantio de espécies vegetais como epífitas (bromélias e orquídeas) e palmitos.

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– Ainda há grande biodiversidade na Mata Atlântica, que é um dos biomas mais ameaçados. Sabemos que a obra tem impactos, mas tentamos diminuí-los e preservar o que ainda existe_ afirma o engenheiro ambiental da MPB Engenharia, Cristiano Vieira.

Cristiano ainda lembra que há uma compensação pelo dano ambiental, através do plantio de novas árvores em uma área que ainda não foi definida. O número de plantas deve ser superior ao número de espécimes cortadas: no caso do palmito, por exemplo, devem ser 25 plantas para cada pé desmatado. O plantio segue um inventário de acordo com espécies necessárias por bioma.

Monitoramento de bioindicadores

Antes do começo da obra, foi realizado um monitoramento pelo período de uma semana. Uma estação foi instalada em uma área próxima ao novo traçado, onde foram instaladas armadilhas para a captura de animais. Eles são marcados com identificadores, para que o acompanhamento possa ser feito ao longo da obra e após o começo do uso da rodovia. Aves, répteis, peixes, mamíferos e anfíbios fazem parte do programa, além de invertebrados e microrganismos que ficam na água. Após a primeira etapa, a estação é fechada e a cada seis meses uma nova semana de captura é realizada. Com isso, os técnicos observam as mudanças na biodiversidade local. A atividade é mantida por dois anos após a conclusão da obra, verificando os impactos da duplicação e uso da rodovia na flora e fauna.

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Atropelamento de fauna

Feito mensalmente durante cinco dias, a equipe percorre as rodovias para observar que espécies e número de animais atropelados. Gambás, tatus e cachorros do mato são os mais comuns.

– É fundamental para os passa-faunas _ explica Geisa, referindo-se aos corredores ecológicos que ligam dois lados de um ecossistema através de uma passagem sob a rodovia.

Com o monitoramento, é possível indicar pontos nos quais os corredores devem ser construídos e que espécies são mais suscetíveis à estrada. Nos três lotes da duplicação da BR-280, estão previstos 25 corredores ecológicos, que devem diminuir o índice de morte de animais. O trabalho de observação de atropelamento de fauna também é mantido por dois anos após a conclusão das obras.

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Cuidados com os animais

Sempre que há desmatamento, técnicos acompanham o trabalho. Uma varredura é feita para averiguar a existência de animais entre as árvores que serão cortadas. As aves costumam fugir sozinhas, porém é verificada a existência de ninhos nas árvores, que são retirados e alocados em outro ponto. Outros animais precisam ser removidos. O mais comum é que répteis como cobras tenham que ser capturados. Todos são soltos em trechos próximos ao local em que foram encontrados, porém fora da rota a ser desmatada.

Além dos animais, espécies vegetais também são removidas. Bromélias e orquídeas alojadas em árvores que serão cortadas são retiradas e replantadas em outras árvores da mata. O palmito nativo, uma espécie ameaçada de extinção, também é protegido: os pés pequenos, de até 15 centímetros, são coletados e plantados em outras áreas. De 9 de junho até 12 de agosto foram 4.332 espécimes vegetais resgatadas pela equipe.

Espécies encontradas

– Anfíbios: 13 espécies dentre elas: o sapo cururuzinho, rãs e pererecas;

– Répteis: 5 espécies de serpentes como: jararaca, caninana, cobra-cipó, coral-verdadeira e cobrinha-de-colar;

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-Aves: 118 espécies como: gavião-de-cauda-curta, coruja-buraqueira, urubu, quero-quero, garça, beija-flor, tucano, pica-pau, tangará, gralha-azul;

– Mamíferos: 26 espécies como: gambá, cuíca, tatu, tamanduá-mirim, bugio, cachorro-do-mato, gato-do-mato, mão-pelada, morcego, rato-do-mato, camundongo, esquilo.