A Prefeitura de Joinville, por meio da Secretaria de Educação, ampliou o programa Educação Financeira na rede municipal de ensino. A ação torna a atividade um projeto institucional e abrange todas as escolas municipais. O programa começou em 2015 em 47 unidades com implantação do conteúdo durante as aulas.

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Na época, Joinville e Manaus (AM) foram os dois municípios brasileiros escolhidos para participar do projeto-piloto da Associação de Educação Financeira, com apoio do Banco Mundial e Ministério da Educação. O objetivo é preparar para a cultura de planejamento, prevenção, poupança, investimento e consumo consciente entre crianças e adolescentes.

— A intenção desde o início sempre foi tornar o programa Educação Financeira uma das prioridades e expandir para toda a rede municipal — explica a diretora executiva da Secretaria de Educação, Sonia Fachini. Durante este período, já foi possível observar a mudança de atitude dos alunos dentro da escola e na própria família.

— Com o material didático usado de forma interdisciplinar, percebemos que as crianças começaram a entender sobre o uso correto do dinheiro da família e também saber cuidar dos gastos. Isso vem culminar com que a educação municipal preconiza, que é formar um cidadão consciente.

As 85 escolas municipais aplicam o conteúdo para as turmas do 1º, 3º, 5º, 7º e 9º ano do Ensino Fundamental, abrangendo cerca de 26700 alunos. De forma prática, eles aprendem sobre orçamento familiar, pesquisa de preço e até são incentivados a pedir a nota fiscal. É uma forma de ter o controle dos gastos. Durante o período, diretores, supervisores e professores receberam capacitação e material didático para que o tema fosse inserido no conteúdo de forma transversal e interdisciplinar, ou seja em todas as disciplinas os conteúdos que forem pertinentes.

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A rotina dos estudantes da Escola Municipal João Bernardino da Silveira Junior, bairro João Costa, passou por mudanças. A turma do 5º ano recebeu a tarefa de fotografar com tablets as situações de práticas que precisam mudar. Eles registraram luzes acesas sem necessidade, gastos de água, etc. A professora Irene Gasperi conta que todos foram bem minuciosos. Já os alunos do 7º ano tiveram que responder um questionário online sobre os gastos que têm em casa.

Os estudantes do 3º ano também aprendem sobre educação financeira, mas de uma maneira lúdica. Ao usar massinhas de modelar, eles moldam bolas, retiram as medidas do tamanho do objeto e comparam com bolas esportivas em tamanho real. Numa outra fase, as crianças constroem as próprias bolas com material reciclável.

— A intenção é mostrar as formas geométricas e construir brinquedos que não custam dinheiro — relata a professora Ericléia Domingos dos Santos Mota.

As alunas Ana Julia Cordeiro e Nicolly Suelen Albino, ambas com oito anos, entenderam o recado.

— É pra reciclar a bola — conta Ana.

— Com a reciclagem vai economizar muito — completa Nicolly.

A professora Carlas Nascimento Pawluk, da Escola Municipal Professora Eladir Skibinski, participa do projeto desde 2015. Ela afirma que o aprendizado das crianças influencia no comportamento da família na hora das compras.

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— Elas já pesquisam e comparam preço. É uma forma de segurar o consumismo — relata.

A escola, situada no bairro Aventureiro, ganhou destaque nacional ao aparecer em reportagem do Jornal O Estado de São Paulo e em programa da TV Escola.

— Nos três anos de trabalho, pudemos perceber a mudança de atitude dos alunos dentro da escola. Isso refletiu na diminuição do desperdício da merenda. Não temos mais lixo jogado no chão. A depredação é zero — conta a diretora da Escola Eladir Skibinski, Nazaré Costa.

Ela destaca ainda que o sucesso foi foi possível graças ao envolvimento de toda equipe.

—Tem um coletivo que participa. Só assim dá certo — relata.

O resultado das atividades desenvolvidas no programa Educação Financeira vai ser expostos este ano na Feira Municipal de Matemática.