Aos oito anos, Daniela Daiane Damião assistiu a uma apresentação de dança e se apaixonou. Deixou o espetáculo pedindo à mãe que a inscrevesse na mesma aula que a prima fazia. Aí nasceu a relação que perdura há 20 anos entre ela e o programa Dança nos Bairros. O amor de criança, que avançou na adolescência, se transformou em profissão e desde 2010 é transmitido a quem ela ensina a dançar.

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A inspiração veio de professores como Simone Wachholz. Há 24 anos atuando no Dança nos Bairros, ela deu aulas à Daniela e hoje tem o prazer de tê-la como colega de trabalho. Nessas duas décadas e meia de programa, ela conta que são muitas histórias gratificantes que vêm de alunos, que optaram pela dança como carreira ou uma ferramenta de cultura e lazer.

– Mais do que técnica, o foco do programa é integração e socialização. Também conseguimos tirar as crianças das ruas e da frente da televisão – explica Simone.

O pequeno João Antônio, sete anos, como toda criança, adora desenho animado e passa um bom tempo assistindo as atrações preferidas pelo tablet. Mas duas vezes por semana, acorda cedo e acompanha a irmã Francielle nas aulas de dança em um polo no bairro Itoupava Norte.

Se para alguns a ida à aulas de dança é uma atividade extracurricular, para outros é a garantia de estar mais perto de um sonho. Ilana Vitória almeja ser bailarina. Tímida, a menina, de nove anos, revela o frio na barriga ao subir ao palco pela primeira vez para uma apresentação no Parque Vila Germânica e ver várias pessoas a assistindo. Pensa que isso a assustou? Não! A menina aguarda ansiosa a data da próxima exibição.

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O mesmo desejo de ganhar os palcos faz a pequena e animada Emily levantar cedo todas as segundas e quartas-feiras. Aos sete anos, a fala determinada é de gente grande.

Já ganhou a chance de se apresentar em um espetáculo. A recordação daquele dia é viva para ela.

– É muito legal dançar, porque a gente se sente livre – fala a menina, que pensa em ser professora e garante não largar a dança.

Foco na socialização

A iniciativa da Fundação Pró-Família de Blumenau teve início em 1993 com oito polos e 300 crianças e adolescentes. Atualmente são 15 bairros, com 18 núcleos, e 1,4 mil beneficiados. A presidente da entidade, Cristiane Marta Loureiro, lembra que o trabalho surgiu com o propósito de promover a socialização através da dança, bem como descentralizar o programa, para que os bairros fossem atendidos.

A professora Simone concorda. Segundo ela, os relatos dos professores demonstram a importância da atividade na disciplina, autoestima e coordenação motora dos alunos.

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Para participar é preciso ter entre seis e 16 anos, estar matriculado na escola e residir em Blumenau. Quem quiser informações deve entrar em contato pelo telefone 3381-6973. As aulas são gratuitas.