O Governo do Estado lançou nesta quarta-feira, durante a comemoração dos 28 anos da Epagri, o programa AgroConsciente, que tem com objetivo estimular a produção orgânica mas também reduzir o uso de agrotóxicos nos cultivos tradicionais em que não é possível eliminar totalmente.

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Nestes casos o objetivo é capacitar os agricultores para que façam um uso mais eficiente, respeitando as recomendações agronômicas, além de ter uma fiscalização mais rígida do uso de insumos ilegais. O programa E-Origem, por exemplo, foi criado pela Companhia Integrada para o Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), para o cadastramento e rastreabilidade do uso de defensivos químicos, com o objetivo de monitorar e reduzir o índice de resíduos nos alimentos.

Os programas de subsídio de juros para investimentos e de fomento à produção, também vão estimular a produção de alimentos com menor uso de químicos.

– Esse programa vai mudar a diretriz da secretaria da Agricultura, para que façamos o uso das novas tecnologias para produzirmos alimentos cada vez mais saudáveis e seguros para a população. Isso não somente no caso de uso de defensivos, mas também em relação a outros agentes, como bactérias e vírus. Vamos direcionar nossas ações e nossas pesquisas para esse modelo – afirmou o secretário da Agricultura do Estado, Ricardo de Gouvêa.

Ele citou que, durante o evento de lançamento do programa, realizado no Centro de Treinamento da Epagri, em Florianópolis, foi apresentada ao governador Carlos Moisés da Silva um sistema de produção orgânica de produção de tomate desenvolvida pela Epagri, que pode triplicar a renda do produtor.

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Ou seja, as pesquisas da Epagri serão direcionadas para esse novo modelo de agricultura, mais sustentável. No entanto ele ressaltou que o modelo convencional vai continuar coexistindo.

Com isso o Governo do Estado consegue equilibrar a intenção de reduzir o uso de agrotóxicos, que atinge 70% das propriedades em Santa Catarina, segundo o IBGE, com o s interesses do setor produtivo, que afirma não ser viável produzir algumas culturas em larga escala sem a aplicação de defensivos.

Santa Catarina por exemplo tem a maior produtividade de milho do país, mas para isso acaba usando produtos químicos no controle de pragas.

Além de engajar a Epagri, Cidasc e Ceasa no projeto, a secretaria da Agricultura também vai buscar parcerias com outras entidades sindicais e cooperativas.

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-Na próxima semana faremos uma reunião com essas entidades para explicar o programa e também buscar apoio – afirmou Gouvêa.

Ou seja, o programa precisa ser construído com muitas parcerias para que a agricultura catarinense continue diferenciada. Gouvêa disse que o foco no momento é com a produção vegetal e pesqueira. A intenção é expandir também para o leite. Ele afirmou que a produção de aves e suínos já é referência mundial e no momento não entram nesse programa.

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