Com campanha aberta para conquistar um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil vem estreitando laços nos últimos anos com diversos países.
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Viagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva seguidas da visita de outros chefes de Estado – algumas polêmicas como a do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad – ilustraram as capas dos jornais e colocam em evidência o esforço para aumentar a influência política e econômica do país no mundo. Mas há um obstáculo nisso, a carência de profissionais. O curso de Relações Internacionais, recente ainda no Estado, pretende suprir essa lacuna e oferecer profissionais para tomar grandes decisões.
– No final dos anos 90, o Ministério das Relações Exteriores incentivou em todo o Brasil a criação dos cursos de Relações Internacionais porque identificou a falta de profissionais no mercado. Isso ainda é verdade – afirma José Alberto Antunes de Miranda, coordenador do curso na Unilasalle, primeira instituição no Estado a oferecer essa graduação, há seis anos.
Ele explica que setores públicos e privados, embalados pelo empenho do governo federal na área, começam a procurar o egresso de Relações Exteriores para não ficarem para trás. Universidades, secretarias estaduais e municipais de governo, além de empresas, estão montando unidades para negociações e parcerias com outros países. Ainda assim, na cabeça da maioria dos universitários, predomina o sonho da carreira diplomática. Para poucos, como Marina Moreira Costa, 27 anos, o sonho se concretizou. Formada na Universidade de Brasília (UnB), está concluindo o curso de formação de diplomatas do Instituto Rio Branco, já fazendo estágio no Itamaraty, na Divisão das Nações Unidas.
– Eu tenho meio período de aulas e meio de estágio, produzindo relatórios demandados por outras embaixadas. Ainda não tive a oportunidade de participar de uma negociação internacional, mas logo chegará o momento – diz a futura diplomata.
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Ela morou no Exterior com a família mais de uma vez, o que a estimulou a se sentir à vontade fora do Brasil. Após a graduação, trabalhou em organismos da ONU e fez mestrado no Japão, onde viveu por três anos. Na volta, fez o concurso e foi aprovada.
Coordenadora do mesmo curso na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde a graduação estreou neste ano, Rita Inês Paetzhold Pauli constatou que 80% dos calouros querem ser diplomatas. Entretanto, ao longo do curso, acredita que as possibilidades podem mudar os planos dos alunos.
– O egresso desse curso é um profissional que combina uma visão humanista, ética e com conhecimento em todas as áreas. Por isso, pode ser muito útil para buscar benefícios econômicos e competitividade em outras nações – diz Rita.
Relações Internacionais
O que faz
:: Atua como consultor, pesquisador, conselheiro, assessor ou executor de acordos entre nações ou empresas. O profissional se situa no campo do direito, da economia e das ciências políticas.
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Mercado
:: A política externa e o comércio internacional são áreas em expansão no Brasil. O mercado está em empresas comerciais com negócios no Exterior, órgãos do governo e ONGs com atuação internacional. A graduação é uma das indicadas para seguir a carreira na diplomacia.
O curso
:: Dura quatro anos
Remuneração
– O salário inicial de um diplomata, conforme o Instituto Rio Branco, é de cerca de R$ 12 mil. No comércio exterior, dependerá da empresa.
Onde estudar
:: Privadas: América Latina, ESPM, FAA, Unilasalle, Unijuí, Unisc, Univates
:: Públicas: UFPel, UFRGS, UFSM, Unipampa