Começou na semana passada o esforço para que as redes municipal e estadual de ensino de Jaraguá do Sul corram para cumprir a lei federal de 2008 que deu prazo até o ano passado às escolas para inaugurarem o ensino de música.

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Cinquenta e três professores, orientadores e coordenadores de 22 escolas optaram por começar a ter aulas com quatro profissionais da escola de música Bicho Grilo.

A ideia é que os ensinamentos sejam repassados aos alunos em sala de aula. Neste ano, quatro escolas municipais começaram a oferecer aulas de música na disciplina de artes, do 1º ao 9º ano.

Agora, os professores estenderão o ensino de musicalização às demais séries do ensino fundamental e da educação infantil.

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Os 38 inscritos que atuam em CEIs ou em turmas até o 5º ano concluirão as aulas em meados de outubro. Os professores do 6º ao 9º ano, todos de artes, no fim de novembro. A carga horária de docentes das turmas finais é o dobro da dos outros.

O conteúdo também é diferente, adianta a dona da escola de música, Bruni Schwartz, uma das responsáveis pelo Projeto Prática Musical nas Escolas, aprovado pelo Fundo Municipal de Cultura para receber R$ 13 mil.

Professores como Rosane Pradi Lescowicz, 43 anos, da Escola Anna Töwe Nagel, já estão empolgados em levar música às aulas, mesmo que a capacitação esteja no início. Ela já trabalha musicalização com os alunos do Pré 2.

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– Cantora de chuveiro -, como se define, Rosane diz que está apurando o ouvido para os sons.

– Com o tempo, quero aperfeiçoar minhas aulas. Essa faixa etária em que eles estão é muito importante. Íamos muito pelo achismo -, destaca.

Nas aulas, ela incentiva a expressão corporal dos alunos, ensina cantigas.

– Quero trazer a eles a produção de instrumentos com sucatas e trabalhar as notas de forma lúdica -, planeja.

Orientadora da educação infantil, Alcenir Canuto Waterkemper acredita que a capacitação ajuda os educadores a ficarem mais seguros nas aulas.

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– Perdemos um pouco daquele medo de ensinar algo errado. É fantástico. A música deve ser inserida desde cedo na vida das pessoas e, para isso, precisamos ter conhecimento -, avalia.

Da aula lúdica às partituras

Segundo Bruni Schwartz, uma das coordenadoras do Projeto Prática Musical nas Escolas, a maioria dos professores da rede pública não tinha conhecimento básico de música.

– Convidamos e os interessados se inscreveram. Eles estão entusiasmados para aprender como levar o conteúdo para as salas de aula -, destaca ela, que afirma já existir fila de espera para a capacitação.

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Além da carga horária, a forma de cada professor aprender os conteúdos também é diferente, conta Bruni.

– Os professores de até 5º ano aprendem como lecionar música de forma mais lúdica. Com os de até 9º ano, abordamos pesquisa, criação e estudo da história da música. Eles passam a conhecer partituras, melodia e letras -, afirma a professora.

Dos 53 professores inscritos, 45 aproveitaram para fazer outras duas oficinas, ministradas às quintas-feiras. A primeira oficina abrange quatro aulas de construção de instrumentos musicais. É um pré-requisito para as oficinas de canto coral e técnica vocal.

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Em 2008, a lei federal 11.769 determinou que a música deveria ser conteúdo obrigatório na educação básica.

Em Jaraguá do Sul, o ensino municipal começou apenass neste ano a desenvolver um projeto-piloto em quatro escolas: Albano Kanzler, Atayde Machado, Francisco de Paulo e Padre Alberto Jacobs.

O trabalho é desenvolvido semanalmente para alunos de 1º ao 5º ano, nas aulas de artes, por uma professora formada na área e com habilitação em música.

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