Professores estaduais voltaram a acampar na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), em Florianópolis, nesta terça-feira. Eles pedem que o governo reavalie as propostas da categoria sobre o plano de carreira do magistério e afirmam que vão pernoitar até quinta-feira dentro da Casa. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte-SC), o ato é uma forma de pressionar o governo pelas negociações.

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O anúncio público foi feito pelo sindicato às 19h, mas durante a tarde, algumas pessoas já levavam cobertas e travesseiros para dentro da sede do Legislativo.

De manhã, mais de 400 professores se reuniram em frente ao Centro Administrativo, onde protocolaram um documento com as reivindicações da categoria a ser entregue ao governador Raimundo Colombo (PSD). À tarde, também fizeram um protesto em frente à Secretaria de Educação (SED), no Centro de Florianópolis.

A lista de reivindicações foi um pedido feito pelo secretário de Educação, Eduardo Deschamps, após reunião com a categoria na manhã de segunda-feira. O encontro durou cerca de duas horas e terminou sem definição. Deschamps pediu aos sindicalistas que elaborassem um documento com as condições para retornarem às aulas.

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No documento, pedem que a negociação não ultrapasse os 30 dias; que durante este período, não seja enviado nenhum projeto de lei sobre o tema para a Alesc; “que sejam anistiadas todas as faltas de 2012 a 2015”; “que seja revogado o decreto 3593/2010” (a respeito das progressões); e que seja efetuado o pagamento do reajuste de 13,01% retroativo a janeiro de 2015.

No começo do mês, professores passaram duas noites na Assembleia

Os professores da rede estadual catarinense estão de braços cruzados há 37 dias. O Governo de SC insiste em não negociar com a categoria em greve, mas o magistério garante que não irá encerrar o movimento sem receber uma contraproposta positiva. A principal discussão é o novo plano de carreira para o magistério, que está em fase de desenvolvimento.

Caso os professores passem a noite desta terça-feira dentro da Alesc, será a terceira vez que isso acontece neste mês. Entre os dias 7 e 9 de abril, a categoria acampou duas noites no hall de entrada da Casa.

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A SED alega que as propostas enviadas pelo magistério estourariam o orçamento da pasta, cuja folha de pagamento cresceu de R$ 1,83 bilhão em 2010 para R$ 3,13 bilhões em 2014 – um aumento de 70% contra uma inflação média de 26%. O plano do governo aumentaria em R$ 200 milhões este ano o investido nos pagamentos do magistério.

Segundo a Secretaria de Educação, a adesão à paralisação gira em torno de 10%; já o sindicato dos professores diz que é de 30%.

À tarde, protesto foi relizado em frente à Assembleia Legislativa.

Foto: Charles Guerra/ Agência RBS