Os professores da rede estadual de ensino seguem em estado de greve em Joinville e Região. A paralisação iniciou na última terça-feira (23), chega ao sétimo dia. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Ensino do Estado (Sinte-SC), ao menos 300 professores aderiram ao movimento na cidade.

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No domingo (28), o governador Jorginho Mello afirmou que irá descontar as faltas dos professores em salário e contratar novos temporários para substituir os grevistas. Após a fala repercutir nas redes sociais, representantes dos trabalhadores decidiram manter o protesto para esta semana.

Em entrevista à CBN Joinville, o diretor jurídico do Sinte-SC no município, Alex Kraisch, afirmou que a paralisação está mantida nas escolas da região, e que há respaldo legal para que os manifestantes recebam os salários na íntegra.

— Ele (governador) ameaçou os ACTs de descontar os dias paralisados e contratar substitutos. Isso é ilegal. Não tem nenhum precedente na constituição que prevê isso. Nossa greve é legal e tem amparo jurídico, o governo não pode fazer isso, de ameaçar a categoria para que abandonem os postos de greve e voltem ao trabalho — afirma.

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Ainda segundo o representante sindical, alguns professores com contratos temporários têm sinalizado pela desistência da greve após a fala do governador, retornando aos trabalhos em sala de aula nesta semana. Em contrapartida, outros profissionais decidiram aderir à greve nas últimas horas.

— Recebemos notícias de professores que estão voltando para a sala de aula por medo da situação ameaçadora de ontem à noite, medo de perderem o contrato. Na minha escola, três professores entraram em greve hoje, mas dois voltaram (a trabalhar), então ganhamos um — avalia.

O que disse o governador

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), se manifestou neste domingo (28) sobre a greve dos professores catarinenses, negou a descompactação da folha de pagamento — principal reivindicação da categoria — e anunciou desconto de salário para quem faltar no trabalho por conta das paralisações.

Nas decisões tomadas, Jorginho disse que a descompactação da folha de pagamento é “absolutamente inviável”, já que custaria R$ 4,6 bilhões e violaria a Lei de Responsabilidade Fiscal. Para o Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Ensino do Estado (Sinte-SC), a pauta tem como objetivo reduzir a diferença salarial entre os diferentes níveis de salários da categoria.

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O que diz a Secretaria de Educação de SC

Além da fala do governador Jorginho Mello neste domingo, o secretário de Educação do Estado, Aristides Cimadon, disse em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina na manhã desta segunda-feira (29) que há conversas entre o governo e o sindicato desde quando Jorginho Mello assumiu o cargo e que o governador tem atendido “quase todas” as reivindicações.

A proposta que o secretário afirma não ter atendido é somente a da descompactação da tabela porque há a necessidade de “estudos aprofundados” para isso. Aristides citou que este é um assunto que vem sendo debatido desde 2018 e que Jorginho é “sensível” ao tema, mas que também tem “responsabilidade”.

— Estamos fazendo estudos com determinação do próprio Jorginho, que sem dúvidas, cumpre o que promete — pontua.

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O secretário ainda destacou que o edital do concurso público, que promete chamar 10 mil profissionais, está “completamente pronto” e que em junho deve abrir as inscrições.

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