Máscaras cirúrgicas já fazem parte do material de aula usado por professores da Escola Municipal Amaro Coelho, em Araquari. A proteção não é à toa: há meses, os educadores sentem desconforto com a fumaça produzida por uma fundição instalada ao lado da unidade, às margens da BR-280.

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Segundo os professores, há dias em que é possível enxergar a fumaça escura espalhada em ambientes da escola, que recebe cerca de 430 alunos da pré-escola ao 5º ano. Na última quarta-feira, quando a situação ficou mais crítica, os funcionários chegaram a usar máscaras para dar aula e circular pelo colégio.

-Dependendo da intensidade da fumaça que sai da fundição, dá para ver a fuligem acumulando no chão da escola. As paredes e o piso ficam sujos, escuros – conta a administradora escolar Maiza Carvalho.

Uma das professoras que não abriu mão de usar a máscara foi Anelise Molina. Por ter ficado exposta à fumaça, diz ela, passou a ter complicações na garganta e problemas na voz.

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-Procurei atendimento médico e já cheguei a sair em licença por causa disso – relata.

A direção da escola já comunicou o problema à Secretaria de Educação, que pediu providências aos órgãos ambientais. Nesta sexta-feira, um equipe da Fatma esteve na fundição para uma vistoria. A reportagem fez contato com o gerente regional do órgão, João Paulo Cabral, mas ele informou que estava em viagem e ainda não poderia dar detalhes sobre a atuação da Fatma no local.

A reportagem tentou ouvir a direção da fundição por telefone, sem sucesso. Em contato com o “Jornal do Almoço”, da RBS TV, a direção da empresa informou que todas as licenças ambientais exigidas estão em dia e um novo equipamento será instalado em 45 dias para minimizar o impacto da fumaça na região.