Nas carteiras, estudantes de uma geração que praticamente nasceu no mundo digital. Na lousa, educadores buscando novas alternativas para repassar o conteúdo utilizando a tecnologia disponível. Para achar essas respostas, ou o caminho certo, cerca de 800 professores das redes municipal e estadual de ensino participam do curso de especialização “Educação na Cultura Digital”, criado pelo Núcleo Multiprojetos de Tecnologia Educacional (Nute) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O seminário tem duração de dois dias e termina nesta terça-feira, com a missão de formular um panorama do uso da tecnologia nas 163 escolas que participam do projeto.
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Coordenador da especialização e professor do Centro de Ciências da Educação (CED) da UFSC, Henrique Silva afirma que o mundo digital já está inserido na vida de todas as pessoas, mas ainda é preciso aproximar o conteúdo pedagógico dessa realidade.
– Em casa, as crianças mexem diariamente com aparelhos tecnológicos, então quando chegam na escola não pode ser diferente. Mas não é apenas colocar um computador em sala de aula. O professor precisa ter a capacidade e a liberdade para construir a sua aula – disse.
A falta de pesquisas sobre o assunto é um motivos apontado pelo especialista para que muitos educadores tenham dificuldade em saber como usar aparelhos digitais em sala de aula. No entanto, esse desafio não é exclusividade do professor catarinense.
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– Escolas do mundo inteiro ainda estão discutindo como usar tablets e notebooks em sala de aula. Com a especialização, queremos contar com a participação dos professores, que poderão nos ajudar a fazer um diagnóstico do colégio onde trabalha sobre como unem tecnologia e educação. Esse é o papel crítico que a escola pode ter – afirmou o professor Henrique.
O curso “Educação na Cultura Digital” tem o apoio do Ministério da Educação (MEC) e termina nesta terça-feira. De acordo com a organização da especialização, cerca de 800 professores de escolas estaduais e do município de Florianópolis participam do ciclo de palestras e dos debates.
Lousa digital e tablets na escola do futuro
Acompanhar o desenvolvimento dos alunos com um clique na lousa digital, que recebe as respostas do notebook de cada estudante. Essa aula futurista está em fase de testes desde o final de 2012 para turmas do ensino médio do Instituto Estadual de Educação (IEE), de Florianópolis. O diretor da escola, Vendelin Borguezon, conta que o resultado da experiência da única sala com o equipamento foi positivo, e já espera que a tecnologia se espalhe por toda a escola.
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– Desde o final de 2012, mais de 30 professores foram treinados para usar a lousa digital. Por enquanto, temos apenas uma sala com o equipamento, mas esperamos que seja instalada nas outras 79 salas da escola – contou.
No ano passado, o governo do Estado disponibilizou quase 12 mil tablets para professores de escolas públicas. Para aprender a usar esses aparelhos, ou lousas digitais, os educadores passam por treinamentos. De acordo com a Secretaria de Educação do Estado, pelo menos 90% dos 40 mil professores da rede estadual de ensino já passaram por algum tipo de formação na área digital.
– Os cursos servem para estimular que o professores saiba usar a tecnologia a seu favor na hora de ensinar. Além dos equipamentos, há sfotwares que ajudam nesse processo. O Geekie Game, por exemplo, é um programa de exercícios sobre o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A Secretaria de Educação tem um convênio com o MEC e os resultados dos nossos alunos é repassado automaticamente para a sua escola – disse a gerente de Tecnologia Educacional da Secretaria de Estado de Educação, Graciele Silva Belolli.
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