No dia 15 de outubro, comemoramos o Dia dos Professores, uma data especial que celebra e reconhece o trabalho desempenhado pelos educadores. Como a geração atual está cada vez mais utilizando as plataformas digitais até mesmo como ferramentas de ensino e aprendizagem, muitos professores se reinventaram para se adequar à nova realidade. Neste contexto, compartilhamos relatos de “professores blogueiros” em Santa Catarina e suas mensagens sobre o Dia dos Professores. Confira:

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Professor Eduardo Fritzke

O professor Eduardo Fritzke, de Florianópolis, ensina Geografia no Aprova Total, uma plataforma online de ensino para o Enem e o vestibular que só em 2023 já aprovou mais de 6.500 alunos nas principais universidades do país. Ele diz que se motivou a dar aulas online durante a pandemia. Nesse contexto, Eduardo aprendeu a editar vídeos e pensar em roteirização de aulas gravadas:

— Eu já estava inserido numa educação mais tecnológica, mas com a pandemia fomos obrigados todos a repensarmos as práticas pedagógicas para um ambiente completamente online. Quando surgiu a proposta para trabalhar com a plataforma, eu aceitei porque seria um novo desafio, uma nova forma de pensar nas aulas. Consequentemente, isso melhorou muito as minhas aulas presenciais — conta o educador.

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Para Eduardo, a parte mais desafiadora da educação por meio de plataformas digitais está na roteirização, visto que durante a aula presencial os alunos podem interagir com o professor para tirar dúvidas, e essa interação fica mais restrita no ambiente digital. Por isso, na hora de escrever o roteiro, ele já deve pressupor essas dúvidas que os alunos normalmente tem em sala de aula.

— Na aula online você não tem esse feedback, você não tem essa resposta do aluno, então, torna-se muito mais desafiante fechar os parênteses e os conteúdos do que em uma aula presencial. — conta.

Outro desafio está na forma de repassar o conteúdo aos alunos. Para o professor, gravar uma aula online requer muito mais energia:

— A gente precisa, muitas vezes, elevar um pouco o tom da voz, elevar um pouco o tom da empolgação. A gente entra numa outra atmosfera. Então, isso, muitas vezes, requer muito mais energia.

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Veja a mensagem de Eduardo Fritzke para os professores catarinenses:

Professor Vitor Vogel

O professor Vitor Vogel mora em Itajaí e faz parte do canal Vogalizando a História, que tem como objetivo levar informação pro público jovem, alinhada com muita diversão e referencias da cultura popular. Vogel conta que seu primeiro vídeo do canal foi lançado em fevereiro de 2019, e dar aulas online era uma novidade para ele, mas hoje as gravações já saem com mais naturalidade.

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— É uma dinâmica muito diferente não ter uma interação imediata com quem assiste às aulas, então, houve um estranhamento nas primeiras gravações. Mas da mesma maneira que temos que nos adaptar à dinâmica de cada turma, foi necessário se adaptar a dar aulas para uma câmera e aprender técnicas de linguagem e gravação — conta o professor.

Para Vogel, a vantagem de dar aulas online é a possibilidade de atingir um público muito maior, e influenciar positivamente as pessoas:

— Não são poucos os relatos de pessoas que dizem que estão iniciando um curso superior inspirados em nossas aulas e isso é muito gratificante. A parte financeira também é mais valorizada a partir de certo período quando se trabalha na internet, o que proporciona mais conforto e estabilidade. A quantidade de trabalho, contudo, continua extensa. Professores trabalham muito fora das salas de aula e aqueles que trabalham online continuam trabalhando muito quando a câmera está desligada. 

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Vogel finaliza dizendo que os futuros professores, e as pessoas que pensam em seguir essa profissão tenham perseverança:

— O trabalho é difícil, a desvalorização é grande, mas as contribuições que fazemos para a sociedade é que são responsáveis pela redução das desigualdades e uma sociedade mais harmoniosa. 

Veja a mensagem de Vitor Vogel para os professores catarinenses:

Professor Alencar Schueroff

Alencar Schueroff é doutor em literatura. Natural de Florianópolis, o professor tem vídeos com mais de 95 mil visualizações no perfil do Instagram (@alencarschueroff) e dá aulas pela plataforma online de ensino do Professor Ferretto. Ele explica que começou a ensinar na internet quando viu as possibilidades que o mundo virtual e as redes sociais ofereciam na área da educação.

— A intenção, desde o início, foi aliar profundidade com leveza, para que as pessoas se sintam tocadas pela arte da palavra e se interessem cada vez mais por bons livros — explica.

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Para o professor Alencar, a sua reinvenção para utilizar plataformas digitais na educação é algo novo, mas o que ele tem percebido é que a educação remota é algo que precisa bastante de humanização.

— Precisa ser o mais humano possível, justamente por causa da distância natural que essa possibilidade impõe. O que me motivou para buscar o universo online, plataformas, redes sociais, foi a possibilidade de levar a educação para muitas pessoas, democratizar a educação através de uma nova linguagem — diz Alencar.

Alencar conta também sobre a sua visão a respeito da profissão:

— Eu não vejo a área da educação como um sacerdócio, como muitos dizem. É uma profissão, como qualquer outra, que tem os seus bônus. Mas me parece que quem está na área da educação precisa, muitas vezes, ter uma luta a mais, ter um esforço a mais no sentido de reconhecimento, retorno social, financeiro, isso sim — diz o professor.

Veja a mensagem de Alencar Schueroff para os professores catarinenses:

Professor Henrique Folster

O Professor Henrique Folster dá aulas de matemática, palestras e é especialista em Enem. Trabalha na plataforma Energia Play e em seu Instagram (@folsterhenrique).

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Henrique começou a dar aulas online durante a pandemia. Ele conta que esse momento foi muito dolorido para todos os professores.

— Nós fomos obrigados a vir para as plataformas digitais. E, naquele momento, mesmo dando aula todos os dias, os alunos não ligavam as câmeras, não davam um bom dia, raramente alguém respondia alguma pergunta e eu sentia que era um momento que era difícil para eles, mas também era muito difícil para nós, professores.

A solução que Henrique encontrou para conseguir segurar a atenção dos alunos foi gravar dicas para Enem e vestibular:

— Eu comecei pelo TikTok, resolvendo as provas do Enem. Depois, vim para o Instagram e também para o YouTube, para poder dar dicas, colocar algumas aulas, tal, para poder atingi-los. E para minha surpresa, eu consegui atingir muito mais gente.

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Para Henrique, ser professor é uma das formas de incentivar as pessoas a seguirem seus sonhos. Ele finaliza com um conselho para quem pensa em seguir essa profissão:

— A educação tem uma área gigantesca para ser explorada. Você pode explorar as redes sociais, você pode explorar palestras, você pode explorar cursos online, você pode dar aula presencial em várias cidades, então, é prazeroso trabalhar com a educação.

Veja a mensagem de Henrique Folster para os professores catarinenses:

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