O que uma obra do artista Amandos Sell pode falar sobre Joinville? Será que ela reflete a realidade do município? O que podemos fazer para transformar Joinville numa cidade melhor?
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Essas questões bem que poderiam ser debatidas em uma aula de história. Mas que nada. Elas são reflexões nas aulas de arte da professora Meriane Coelho Silveira Otero, 46 anos, que há 20 anos estimula a visão crítica dos alunos por meio da análise de pinturas.
Os preferidos das crianças do 1ª ao 5º ano do ensino fundamental são as obras que abusam das cores. Por isso, na lista estão Amandos Sell, o também joinvilense Juarez Machado, Tarsila do Amaral e Romero Britto.
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Por meio dessas pinturas, a professora Meri trabalha temas sociais como política, economia e comportamento.
– Temos que analisar a obra, temos que questionar o contexto em que ela foi criada. Se a criança sempre seguir por esse caminho, o de questionar as coisas, será uma pessoa bem resolvida -, acredita a professora.
E segundo Meri, as crianças das escolas onde atua – a Hans Müller, do Glória, a Padre Carlos, do Vila Nova, e a Professor Bernardo Tank, também no Vila Nova, participam com entusiasmo da proposta.
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– O mais importante é que elas levam isso para casa. Espero que elas conversem com os pais e passem adiante a mensagem -, ressalta.
Mas não é só por meio de análises que a criatividade e o posicionamento crítico dessas crianças são estimulados. Os alunos também colocam a mão na massa. Na última semana, por exemplo, os alunos do 2º ano da Escola Hans Müller fizeram máscaras de Carnaval.
– Junto com este assunto, conversamos sobre os cuidados e perigos durante o Carnaval -, diz.
No Natal do ano passado, os pequenos também refletiram sobre o tema.
– Analisamos várias imagens de jornais e revistas e discutimos sobre como poderíamos melhorar esta realidade. Então eles pediram como presente sentimentos que poderiam transformar as pessoas -, diz Meri.
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Para isso, eles fizeram caixas de presente – embalagem de remédio – representando o que eles desejavam: amor, felicidade, saúde e paz.
– É apaixonante falar sobre arte durante o aprendizado -, afirma.