Uma professora é investigada pela Polícia Civil por ter agredido com tapas crianças de uma creche municipal de Balneário Camboriú. Ela chegou a ser afastada por quatro meses durante o processo disciplinar instaurado pela prefeitura, mas voltou às salas de aula neste mês.

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A denúncia foi feita por pelo menos três famílias, explica o delegado Eduardo Dallo. Uma das mães conta que o assunto veio à tona durante uma reunião de pais em março. Alguns relataram que os filhos, entre três e quatro anos, chegavam em casa contando que a professora batia no bumbum e na testa, e que colocava os pequenos de castigo.

Foi então que a mulher, que tem um filho autista, começou a entender por que o menino de quase quatro anos vinha apresentando comportamentos estranhos, como bater nas nádegas dos familiares, urinar nas calças e ter medo de ir ao banheiro sozinho. Os responsáveis se uniram e procuraram a Secretaria de Educação, o Conselho Tutelar e a Polícia Civil.

A profissional concursada foi afastada com a abertura do processo disciplinar, mas voltou ao trabalho na primeira semana de agosto. Enquanto a comissão ouvia os envolvidos, a Polícia Civil, em paralelo, também colhia depoimentos. Outros funcionários teriam dito ter presenciado as atitudes da professora.

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— A defesa dela foi dizer que dava os “tapinhas” para apressar as crianças, mas a gente sabe que de forma alguma se dá tapinhas em crianças, quem dirá uma profissional. Isso é um absurdo, não interessa a intenção — diz a mãe.

Agora, os pais reclamam do retorno da mulher para as mesmas turmas onde atuava antes do afastamento.

Sindicância em andamento

A secretária de Educação de Balneário Camboriú, Marilene Cardoso, explica que o processo disciplinar deve ser concluído em até um mês. Ao final, a comissão indicará o arquivamento ou a aplicação de alguma penalidade, que pode ser uma advertência, suspensão ou demissão.

Sobre o retorno da professora à creche, mesmo sem a investigação ter terminado, Marilene justifica não haver “previsão legal para manter o afastamento cautelar”, mas garante que as aulas estão sendo acompanhadas e supervisionadas pela equipe gestora.

O que diz a Polícia Civil

O grande desafio da investigação deste caso é que não há exame de corpo de delito, comenta o delegado. As crianças, por serem menores de idade, tampouco podem ser ouvidas sem autorização judicial. Mesmo assim, pela gravidade dos relatos, o inquérito foi aberto.

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Se a polícia entender que há provas suficientes, ainda que testemunhais, o caso será levado ao Ministério Público. Ainda não há data para esse desfecho ocorrer.

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